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CVM dá prazo até 7 de maio para Trustee apresentar pedido de OPA da Ambipar (AMBP3)

No último dia 21, a autarquia determinou que a gestora Trustee terá de fazer uma oferta pelas ações dos minoritários

Ambipar: prazo era até 21 de abril, anteriormente (Ambipar/Divulgação)

Ambipar: prazo era até 21 de abril, anteriormente (Ambipar/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 4 de abril de 2025 às 19h14.

Última atualização em 4 de abril de 2025 às 19h15.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estendeu o prazo para que a Trustee faça uma oferta pelo fechamento de capital da empresa de gestão de resíduos Ambipar (AMBP3). O período para a oferta era até 21 de abril.

No último dia 21, a autarquia determinou que a gestora Trustee terá de fazer uma oferta pelas ações dos minoritários da Ambipar. Segundo a CVM, a gestora, que aumentou sua cotação na empresa ao longo do ano passado, atuou em conjunto com o controlador da companhia, Tércio Borlenghi, que também tinha aumentado sua participação no período.

Ainda cabe recurso por parte dos fundos que contestam a determinação da realização da OPA.

O que aconteceu com as ações da Ambipar (AMBP3)?

A explosão da cotação da ação chamou a atenção do mercado e levantou questionamentos entre investidores. No início de 2024, a ação era negociada a R$ 15. Hoje, a Ambipar é cotada a R$ 122.

Tudo começou em julho de 2024, o fundador e controlador da Ambipar, Tércio Borlenghi, aumentou sua participação na companhia de 66% para 73%. Ao mesmo tempo, a companhia fazia fortes programas de recompra de ações.

Nos meses seguintes, a Trustee, em nome dos fundos de investimento que administra, foi ampliando sua fatia na empresa, chegando a ocupar uma posição significativa no capital da companhia. Ela aumentou sua participação de 6,6% para 11,03% em agosto de 2024.

O processo de aumento da participação reduziu a quantidade de ações em circulação, deixando pouco mais de 10% no freefloat.

A movimentação atípica das ações gerou preocupações em relação à transparência e governança, o que levou, agora, a CVM a intervir.

O que a CVM diz sobre AMBP3

De acordo com a área técnica da CVM, foi verificado que a Trustee atuou em conjunto com Tércio Bolenghi nas aquisições de ações entre julho e agosto de 2024, ultrapassando o limite de um terço das ações em circulação.

Com isso, pelas regras da autarquia, a gestora precisa fazer uma oferta por todas as ações da Ambipar. Ainda cabe recurso à decisão.

Em janeiro deste ano, a Trustee reduziu sua fatia para cerca de 8,98%. Por volta das 11h, as ações da Ambipar ainda negociavam em leilão.

Com a palavra, a Ambipar

"A Ambipar recebeu com surpresa o comunicado divulgado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinando que a Trustee Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda. realize uma Oferta Pública de Ações (OPA) devido a um suposto aumento de participação acionária na companhia.

A Ambipar, bem como seu controlador, Tercio Borlenghi Jr., atua em total conformidade com a legislação vigente e com as normas regulatórias estabelecidas para o mercado. A Ambipar buscará as devidas informações para tomar as providências cabíveis junto a esse órgão de controle."

Acompanhe tudo sobre:AmbiparOPA

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