Direcional (Direcional/Divulgação)
Repórter de Mercados
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 09h21.
A Direcional (DIRR3) registrou lucro líquido de R$ 230 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado e acima dos R$ 212 milhões esperados pelo consenso LSEG do mercado. O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 302 milhões, avanço de 36% sobre o terceiro trimestre do ano passado.
O desempenho garantiu um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) anualizado de 38%, consolidando a posição da companhia como uma das líderes no setor de construção voltado para a baixa renda.
A receita líquida da empresa subiu 27% em comparação anual, alcançando R$ 1,2 bilhão, impulsionada principalmente por fortes vendas líquidas. A Direcional superou as expectativas do mercado, com o lucro por ação (EPS) 5% acima das previsões iniciais de analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME).
A Direcional terminou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 400 milhões, representando uma relação de alavancagem financeira de 15% do Patrimônio. O fluxo de caixa livre foi de R$ 107 milhões, sendo R$ 40 milhões recorrente.
“Com baixa alavancagem e forte desempenho operacional, esperamos que a Direcional distribua dividendos sólidos no 4T, já que a companhia recebeu os recursos da venda da Riva. Assim, esperamos dividendos de cerca de R$ 1 bilhão no futuro próximo”, afirmaram analistas do BTG em relatório a investidores.
O banco mantém uma visão positiva sobre as perspectivas de crescimento da Direcional, com a expectativa de que a empresa continue a apresentar uma sólida performance no setor de imóveis de baixo custo. Com margens de lucro robustas, uma dívida controlada e uma geração de caixa forte, a recomendação para as ações da Direcional segue como "compra", com múltiplos atrativos.
Em dezembro do ano passado, a Direcional anunciou a venda de 7,55% da Riva, sua incorporadora criada para operar num segmento um pouco acima do Minha Casa, Minha Vida. O comprador foi a gestora Riza, especializada em crédito e agronegócio, que topou pagar R$ 200 milhões pela fatia inicial, que chegou a 15% a preço equivalente.
A transação foi feita antes do anúncio da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, que acabou incluindo o público atendido pela Riva também dentro do programa habitacional.
Nesse sentido, a movimentação permitiu reforçar a estrutura da Riva. A venda foi secundária — ou seja, os recursos vão para a Direcional —, mas a flexibilidade trazida pelo parceiro é uma alavanca para novos negócios, segundo Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, à EXAME.
“Nosso sócio tem em torno de R$ 15 bilhões de reais sob gestão, com diferentes estratégias, tornando a Riva mais completa na capacidade de viabilizar negócios onde sozinha, ou isoladamente, não teria”, afirmou na época. A Riza pode, por exemplo, adquirir terrenos e permutar estes terrenos com a Riva, disse.