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DIs recalibram preços para corte de 0,5 ponto da Selic

Os DIs mais curtos acumularam prêmios no pregão de hoje, enquanto as taxas intermediárias e longas voltaram a cair

Ivan Clarck, sócio líder de Capital Markets da PwC: 800 companhias tem interesse em abrir capital, mas precisam se preparar para isso (Marcel Salim/EXAME.com)

Ivan Clarck, sócio líder de Capital Markets da PwC: 800 companhias tem interesse em abrir capital, mas precisam se preparar para isso (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2011 às 16h41.

São Paulo - Ao falar, novamente, sobre ajuste moderado das taxas de juros, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, realinhou as expectativas do mercado futuro, trazendo a maioria das apostas de volta à possibilidade de corte de 0,5 ponto porcentual da Selic no próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 29 e 30 de novembro.

Assim, os DIs mais curtos acumularam prêmios no pregão de hoje, enquanto as taxas intermediárias e longas voltaram a cair, visto que a provável moderação do afrouxamento monetário tende a exigir ajustes menos intensos no futuro. Além disso, o quadro externo continuou incerto, ainda que as bolsas europeias tenham retomado o sinal de alta após do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, afirmar que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, não é contra os eurobônus, mas questiona o momento.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012, com forte giro de 1.301.355 contratos, subia a 10,922%, de 10,86% no ajuste. Com isso o mercado praticamente inverteu as apostas de um dia para outro. Ontem, ao término dos negócios, a curva a termo estampava chance superior a 60% de o corte da Selic ser de 0,75 ponto porcentual, enquanto hoje, probabilidade parecida estava concentrada na redução de 0,50 ponto. O DI janeiro de 2013 (403.290 contratos) estava em 9,77%, de 9,76% ontem, enquanto o DI janeiro de 2014 (70.435 contratos) cedia a 10,06%, de 10,10%. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (19.435 contratos) caía a 10,76%, de 10,83% na véspera, e o DI janeiro de 2021 (2.955 contratos) indicava 10,89%, de 10,95% no ajuste.

Ontem à noite, durante evento promovido pela Febraban, Tombini fez um comentário sutil, mas claro, ao reafirmar que a deterioração do cenário externo justificou que o Banco Central adotasse um "ajuste moderado na taxa de juros". Ainda que no passado, a frase dita pelo presidente do BC tenha sido interpretada por muitos agentes econômicos como uma indicação de que o ciclo de cortes de juros de 0,50 ponto porcentual será mantido na próxima quarta-feira, quando ocorrerá a última reunião do Copom do ano.


Com o mercado se reorientando com base no que foi dito ontem, as informações de hoje acabaram em segundo plano, ainda que acompanhadas de perto pelos agentes. Internamente, o BC informou que o setor público consolidado registrou em outubro um superávit primário de R$ 13,959 bilhões. No acumulado do ano, o superávit é de R$ 118,596 bilhões, 93% da meta estipulada para o ano (R$ 127,9 bilhões).

No exterior, a confiança do mercado segue titubeante. O Tesouro italiano vendeu 8 bilhões de euros em títulos de 6 meses e 2 bilhões de euros em bônus de 24 meses. Apesar da boa demanda, os títulos de 6 meses tiveram yield médio de 6,504%, bem acima dos 3,535% oferecidos no leilão realizado em 26 de outubro. Os bônus para setembro de 2012 tiveram yield de 7,814%, em comparação com 4,628% no leilão anterior. Diante disso, juro do título italiano de 10 anos seguiu acima de 7,30% no mercado secundário, enquanto o papel de 5 anos superou 7,80%.

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