Redatora na Exame
Publicado em 5 de março de 2025 às 08h15.
Nesta quarta-feira de cinzas, 5, os mercados globais reagem ao discurso do presidente americano Donald Trump no Congresso dos Estados Unidos na noite desta terça-feira, 4.
Durante sua fala de 1h40, Trump exaltou suas primeiras semanas no cargo, defendeu as tarifas comerciais adotadas contra o Canadá, México e a China e destacou o trabalho do bilionário Elon Musk na redução da máquina pública.
O presidente afirmou que as tarifas vão fortalecer a economia e gerar empregos. "Tarifas servem para tornar a América rica novamente", disse Trump, acrescentando que pode haver "um pequeno período de ajuste".
As tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos e os adicionais 10% sobre importações chinesas entraram em vigor nesta terça-feira. Elas impulsionaram uma nova onda de vendas em Wall Street: o S&P 500 caiu 1,22%, o Dow Jones recuou 1,55%, e o Nasdaq perdeu 0,35%.
No entanto, os futuros dos índices operam em alta nesta quarta-feira, após o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmar que Trump deve divulgar acordos com Canadá e México hoje.
O Dow Jones subiu 0,6%, enquanto os contratos atrelados ao S&P 500 e ao Nasdaq 100 avançaram 0,73% e 0,93%, respectivamente.
Investidores também aguardam novos dados econômicos dos EUA, como o relatório ADP de criação de empregos de fevereiro, previsto para às 10h15, e os dados do PMI de serviços e do PMI composto de fevereiro da S&P Global, que serão divulgados às 11h45.
No final da tarde, às 16h, o Federal Reserve divulga o Livro Bege, relatório sobre a situação econômica do país.
Os investidores também devem repercutir ao longo do dia as metas econômicas da China. Pequim estabeleceu uma meta ambiciosa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5% para 2025, reforçando o compromisso de impulsionar a economia em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos.
Para viabilizar essa expansão, Pequim estabeleceu uma meta de déficit orçamentário de 4% do PIB e uma meta de inflação de 2% para 2025.
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta. O CSI 300, da China, subiu 0,45%, e o Hang Seng, de Hong Kong, avançou 2,8%. No Japão, o Nikkei 225 ganhou 0,23%, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, saltou 1,16%.
A exceção foi a Austrália, onde o S&P/ASX 200 caiu 0,70%, apesar de um crescimento do PIB de 1,3% no quarto trimestre.
Na Europa, às 9h58 do horário de Londres, o índice Stoxx 600 subia 1,64%, impulsionado pela expectativa de flexibilização das tarifas americanas e possíveis reformas fiscais na Alemanha. O DAX, de Frankfurt, avançava quase 3%.