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Disney: lucro sobe com avanço de 39% no streaming, mas receita recua

O lucro líquido do trimestre foi de US$ 1,44 bilhão, mais que o dobro dos US$ 564 milhões registrados pela Disney no mesmo período do ano passado

Disney: streaming se destaca em meio à queda de receita com TV e cinema (Gary Hershorn / Colaborador/Getty Images)

Disney: streaming se destaca em meio à queda de receita com TV e cinema (Gary Hershorn / Colaborador/Getty Images)

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 09h38.

Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 10h04.

A Disney divulgou nesta quinta-feira, 13, os resultados do quarto trimestre fiscal encerrado no final de setembro, com lucro acima do esperado, mas receita abaixo das projeções de Wall Street. As ações da companhia recuaram mais de 3% nas negociações do pré-mercado.

O lucro líquido foi de US$ 1,44 bilhão (ou US$ 0,73 por ação), mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024, quando foi de US$ 564 milhões (ou US$ 0,25 por ação).

Excluindo itens não recorrentes, o lucro por ação ajustado foi de US$ 1,11, superando a estimativa de US$ 1,05.

Já a receita ficou em US$ 22,46 bilhões, abaixo dos US$ 22,75 bilhões esperados, e um pouco abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

Streaming é destaque positivo

A área de streaming foi o ponto alto do trimestre, com aumento de 39% na receita operacional, que chegou a US$ 352 milhões. O resultado foi impulsionado por reajustes de preços nos planos da Disney+ e Hulu. A receita do segmento direto ao consumidor subiu 8%, para US$ 6,25 bilhões.

A Disney+ adicionou 3,8 milhões de assinantes pagos, totalizando 131,6 milhões — sendo 59,3 milhões nos Estados Unidos e Canadá.

O Hulu, por sua vez, ganhou 8,6 milhões de novos usuários, alcançando 64,1 milhões, graças a um acordo com a operadora Charter. No total, as duas plataformas somavam 195,7 milhões de assinaturas no fim de setembro.

Este foi o último trimestre em que a Disney divulgou os números de assinantes e a receita média por usuário (ARPU) de seus serviços de streaming. A partir do próximo balanço, a empresa seguirá o modelo da Netflix, que deixou de divulgar essas métricas no início de 2025.

TV linear e cinema pressionam receita

A divisão de entretenimento da Disney — que inclui os estúdios e as redes de TV — teve queda de 6% na receita, somando US$ 10,21 bilhões. A receita operacional recuou 35%, para US$ 691 milhões.

A rede ABC e canais pagos como FX e ESPN foram impactados por redução na receita publicitária e pela disputa contratual com o YouTube TV, que deixou os canais da Disney fora da plataforma desde 31 de outubro. A receita dos canais lineares caiu 16% e o lucro operacional recuou 21%, para US$ 391 milhões.

Perspectivas e retorno ao acionista

Para o ano fiscal de 2026, a Disney projeta crescimento de dois dígitos no lucro operacional da divisão de entretenimento e margens de 10% nos serviços diretos ao consumidor. A área de experiências deve avançar a taxas altas de um dígito, enquanto esportes devem crescer a um ritmo mais modesto. Já o lucro por ação deve subir em dois dígitos em 2027.

A empresa também anunciou que irá dobrar o valor dos seus programas de recompra de ações para US$ 7 bilhões e aumentar o dividendo anual para US$ 1,50 por ação (atualmente é US$ 1).

“Foi mais um ano de grande progresso”, disse o CEO Bob Iger. “Fortalecemos a companhia aproveitando o valor de nossos ativos criativos e de marca, e avançamos de forma significativa em nossos negócios diretos ao consumidor.”

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