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Dólar abre em leve baixa, cotado a R$ 2,1210

O vencimento da moeda norte-americana para julho de 2013 começou a sessão a R$ 2,1270 (+0,02%) - na mínima -, e em seguida renovou máximas sequenciais


	O dólar à vista no balcão começou a sessão com leve baixa, a R$ 2,1210 (-0,98%) e, em seguida, renovou máximas sequenciais
 (Marcos Santos/USP Imagens)

O dólar à vista no balcão começou a sessão com leve baixa, a R$ 2,1210 (-0,98%) e, em seguida, renovou máximas sequenciais (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2013 às 10h24.

São Paulo - As preocupações com a economia interna sobrepõem ao ambiente externo aparentemente positivo nesta sexta-feira, 14.

O IGP-10 de junho (+0,63% ante -0,09% em maio) acima do teto das projeções do mercado e o IBC-BR de abril (+ 0,84% ante +1,07% em março) superior à mediana das projeções do mercado tanto na comparação mensal como na anual elevam a cautela com a inflação doméstica.

Além disso, a reunião de quinta-feira, 13, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com a representante da América Latina da Fitch Ratings, Shelly Shetty, deixa o mercado de sobreaviso.

Segundo fonte, a Fitch começou o processo de reavaliação de rating brasileiro, que pode culminar na mudança da perspectiva da nota brasileira ou na manutenção do viés atual, que é "estável". Na semana passada, a S&P rebaixou de estável para negativa a perspectiva do rating do Brasil.

Nesse contexto, o mercado futuro de câmbio abriu com o dólar em alta. O vencimento da moeda norte-americana para julho de 2013 começou a sessão a R$ 2,1270 (+0,02%) - na mínima -, e em seguida renovou máximas sequenciais. Até 9h45, a máxima foi de R$ 2,1380 (+0,54%).

Como ontem o dólar para julho fechou a R$ 2,1265 - bem abaixo da taxa de encerramento do dólar à vista, a R$ 2,1420, o mercado começou o dia ajustando os preços da moeda no balcão.

Por isso, o dólar à vista no balcão começou a sessão com leve baixa, a R$ 2,1210 (-0,98%) e, em seguida, renovou máximas sequenciais. Às 9h24, a moeda à vista atingiu R$ 2,130 (-0,56%).


O gerente de câmbio da Correparti, João Paulo de Gracia Correa, acredita que a cautela com a economia interna tende a prevalecer. Segundo ele, a presidente Dilma Roussseff e sua equipe econômica alinharam os discursos recentemente e assumiram a "bandeira única" do controle da inflação. Os sinais transmitidos desde a última ata da reunião do Copom no fim de maio deixam claro a disposição das autoridades de combater a inflação.

Nesse sentido, a expectativa é de que o BC aumente o rigor no controle do câmbio e já é esperado que a autoridade monetária passe a fazer leilões de venda no mercado à vista, além das ofertas de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) nos momentos de grande volatilidade.

"Na semana passada, o ministro Mantega citou que o País tem reservas cambiais elevadas. Isso sugere que as reservas também poderão ser usadas como instrumento para conter a alta do dólar no esforço de segurar a inflação", conclui o gerente da Correparti.

Mais cedo, o BC informou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,84% em abril em relação ao mês anterior, após registrar alta de 1,07% em março sobre fevereiro (dado revisado), na série com ajuste sazonal. De acordo com dados divulgados pelo BC, o número passou de 145,88 pontos em março para 147,11 pontos em abril na série dessazonalizada.


O resultado do IBC-Br de abril ante março é bem maior que a mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções (+0,70%) e ficou dentro do intervalo das estimativas (de 0,14% a 1,40%).

Na comparação entres os meses de abril de 2013 e de 2012, houve expansão de 7,30% na série sem ajustes sazonais. Na série com os dados observados, abril terminou com IBC-Br em 153,09 pontos. O indicador de abril de 2013 ante abril de 2012 ficou acima da mediana, de 6,80% e dentro das previsões (+2,20% a +7,50%) dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções.

Nos 12 meses encerrados em abril de 2013, o crescimento foi de 1,57% na série sem ajuste. No acumulado do ano até abril, houve alta de 3,20% (sem ajuste). O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.

Já a inflação de junho medida pelo IGP-10 subiu 0,63% após cair 0,09% em maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado anunciado há ficou acima do teto das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam uma taxa de 0,36% a 0,57%, com mediana de 0,47%.

No caso dos três indicadores que compõem o IGP-10 de junho, o IPA-10 teve alta de 0,43% este mês, após cair 0,39% em maio. Por sua vez, o IPC-10 apresentou avanço de 0,39% em junho, taxa igual à do mês passado. Já o INCC-10 teve taxa positiva de 2,48% em junho, em comparação com o aumento de 0,79% em maio.

Até este mês, o indicador acumula alta de 1,66% no ano e de 6,17% em 12 meses. O período de coleta de preços para o IGP-10 deste mês foi do dia 11 de maio a 10 de junho. Às 11 horas, a FGV concede coletiva de imprensa sobre o indicador.

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