Redatora
Publicado em 1 de setembro de 2025 às 07h35.
Última atualização em 1 de setembro de 2025 às 07h56.
O dólar recuou nesta segunda-feira, 1º, para o menor nível desde o fim de julho, em meio à expectativa por uma série de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos nesta semana. Os números podem influenciar o rumo da política monetária do Federal Reserve (Fed).
O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de pares, caiu 0,22%, para 97,64 pontos, após atingir 97,552, o menor patamar desde 28 de julho. Em agosto, a queda acumulada foi de 2,2%.
Segundo o CME FedWatch, os mercados precificam cerca de 90% de chance de corte de 0,25 ponto percentual nos juros já em setembro e aproximadamente 1 ponto percentual de flexibilização até novembro de 2026. Alguns analistas, porém, ainda não descartam uma redução mais agressiva de 0,50 ponto percentual neste mês.
“O dólar mais fraco reflete a percepção de que a economia americana já não supera o desempenho global como fez na última década. Sinais adicionais de enfraquecimento do mercado de trabalho devem reforçar essa visão”, avaliou Klaus Baader, economista do banco Société Générale, em entrevista à Reuters.
Os investidores estarão atentos ao relatório de vagas abertas e ao dado de folhas de pagamento do setor privado antes da divulgação, na sexta-feira, do relatório oficial de empregos, o payroll.
A moeda também é pressionada por fatores políticos. Uma decisão judicial recente classificou como ilegais a maioria das tarifas implementadas pelo presidente Donald Trump, que recorreu.
Além disso, Trump intensificou a disputa com o Fed ao tentar demitir a diretora Lisa Cook, em meio a preocupações sobre a independência da autoridade monetária.
“O risco de dominância fiscal deveria se refletir em prêmios maiores sobre a inflação e sobre o dólar, mas isso ainda não se materializou”, comentou George Saravelos, chefe de estratégia cambial do Deutsche Bank.
O euro avançou 0,35%, a US$ 1,1724, enquanto a libra esterlina ganhou 0,18%, para US$ 1,3528. O dólar ficou estável em 147 ienes, mas acumulou queda de 2,5% em agosto.
Na China, o yuan onshore manteve-se perto da máxima em dez meses, cotado a 7,1326 por dólar, apoiado por fixações firmes do banco central e pela recuperação do mercado acionário doméstico.
O PMI Caixin/S&P Global de manufatura avançou a 51 pontos em agosto, sinalizando a expansão mais forte em cinco meses, puxada pelo aumento de novos pedidos. O resultado contrastou com o PMI oficial, que ficou em 49,1 pontos e permaneceu em território de contração pelo quinto mês consecutivo.