(Igor Golovniov/Getty Images)
Repórter
Publicado em 25 de novembro de 2025 às 17h32.
Última atualização em 25 de novembro de 2025 às 17h59.
Pela segunda sessão seguida, o dólar à vista recuou frente ao real e encerrou as negociações desta terça-feira, 25, em queda de 0,35%, vendido a R$ 5,376.
O movimento de desvalorização da moeda americana teve início já na primeira hora do pregão, mas se intensificou após a divulgação de dados econômicos dos Estados Unidos.
O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) de setembro, apontando alta de 0,3% na comparação com o mês anterior, após a queda de 0,1% em agosto. No acumulado de 12 meses, o PPI teve alta de 2,7% em setembro, mesmo avanço de agosto.
O resultado veio em linha com a projeção de analistas, mas os números mais fracos de atividade e emprego americanos deu margem para a maior precificação de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) irá cortar os juros em 0,25 ponto percentual na próxima reunião entre os dias 9 a 10 de dezembro.
A maior aposta em um corte de juros levou também a desvalorização do dólar no exterior. No DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, o dólar caiu 0,39%.
"Esse enfraquecimento ocorreu por conta do aumento das apostas de cortes de juros pelo Fed na decisão de dezembro, depois que os dados econômicos do dia sugeriram uma certa fraqueza da economia americana, indicando que talvez o mercado de trabalho possa se enfraquecer mais rapidamente e que seria apropriado pelo Fed um corte de juros para sustentar a atividade econômica", disse Leonel Oliveira Matos, analista de inteligência de mercados da Stone.
Segundo estimativas preliminares do ADP, o índice semanal de empregos privados, a economia dos Estados Unidos perdeu, em média, 13.500 vagas por semana no setor privado durante as quatro semanas encerradas em 8 de novembro.
Entre os dados divulgados também estão as vendas no varejo, que avançaram 0,20% em setembro, segundo dados divulgados pelo Census Bureau do Departamento de Comércio. Embora o resultado indique continuidade do crescimento, ele veio abaixo do que analistas esperavam, marcando uma desaceleração após meses de desempenho mais forte no setor.
O índice de confiança do consumidor dos EUA também ficou abaixo das projeções, ao cair para 88,7 pontos em novembro do resultado revisado de 95,5 pontos em outubro. Já o número de vendas pendentes de moradias no país registrou alta de 1,9% em outubro na comparação com o mês anterior e ficou acima da expectativa de 0,1% de alta.
A perspectiva de um corte na taxa de juros dos EUA também segue alimentando o apetite por risco depois que o diretor do BC dos EUA, Christopher Waller, afirmou que os dados disponíveis indicam que o mercado de trabalho norte-americano continua fraco o suficiente para justificar mais um corte de 0,25 ponto percentual.
"Apesar de ser dados mais antigos de dois meses atrás, o conjunto de dados hoje apontou todos para essa mesma direção de uma maior fraqueza da economia americana, aumentando as apostas de cortes de juros pelo Fed na decisão de dezembro", afirmou Matos.
"A perspectiva de cortes mais rápidos de juros nos EUA prejudicou o rendimento dos títulos do tesouro americano, dos treasuries que caíram, e com isso dificulta a atração de capital externo e provoca uma desvalorização ampla generalizada do dólar, e o real acompanhou esse movimento", acrescentou.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.
A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.
O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.
Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.