Mercados

Dólar recua e volta a R$3,80 com novo governo sob holofotes

Moeda americana terminou o 1º pregão do ano com forte queda com investidores atentos às movimentações de Bolsonaro

Dólar recuou 1,71% depois de ter batido a máxima de R$ 3,89 (Crédito da foto: Pavlo Conchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Dólar recuou 1,71% depois de ter batido a máxima de R$ 3,89 (Crédito da foto: Pavlo Conchar/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 2 de janeiro de 2019 às 17h37.

Última atualização em 2 de janeiro de 2019 às 17h38.

São Paulo- O dólar terminou o primeiro pregão do ano com forte queda e de volta aos 3,80 reais, com investidores atentos às movimentações do governo de Jair Bolsonaro e com expectativa favorável sobre medidas que possam garantir o ajuste fiscal.

O dólar recuou 1,71 por cento, a 3,8096 reais na venda, depois de ter batido a máxima de 3,8984 reais. Na mínima, foi a 3,8005 reais. O dólar futuro caía 2,02 por cento. Em 2018, o dólar subiu quase 17 por cento, a 3,8757 reais.

"O mercado vai reagir pontualmente sempre que alguém (do novo governo) fizer declarações", disse o operador de câmbio da Necton Corretora, José Carlos Amado.

Nesta quarta-feira, houve a transmissão de cargos para diversos ministros do governo Bolsonaro, sendo o ponto alto a cerimônia de Paulo Guedes, novo ministro da Economia, à tarde.

Em seu discurso, ele disse que o governo vai encaminhar ao Congresso uma proposta de reforma da Constituição para acabar com todas as vinculações e indexações de gastos, caso a reforma da Previdência não seja aprovada.

"Previdência é primeiro e maior desafio a ser enfrentado. Se for bem-sucedido, temos 10 anos de crescimento pela frente. Se não for, temos sugestões também."

Agradou ao mercado ainda a declaração do presidente do PSL e deputado federal eleito, Luciano Bivar (PE), de que o partido -o mesmo do presidente Jair Bolsonaro - decidiu apoiar a reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em troca de respaldo à agenda de campanha do novo presidente no Congresso e avalizar para integrantes do partido comando de comissões estratégicas, como a de Constituição e Justiça (CCJ).

Um gestor de derivativos de uma corretora local comentou que alguns investidores também se desfizeram de posições defensivas montadas em dezembro, o que ajudou na queda da moeda.

No começo do dia, o dólar chegou a operar em alta ante o real sob influência do mercado internacional, onde o dólar avançava ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como o peso chileno a lira turca em dia de renovadas preocupações com o crescimento global após dados mais fracos sobre a economia chinesa.

A atividade industrial da China contraiu pela primeira vez em 19 meses em dezembro uma vez que as encomendas de exportação e domésticas continuaram a enfraquecer, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit.

A leitura acompanha a pesquisa oficial divulgada na segunda-feira que mostrou crescentes apertos no setor industrial da China, importante fonte de empregos, e reforça a visão de que a economia está perdendo mais força.

Também na Europa a indústria expandiu apenas ligeiramente em dezembro, reforçando a percepção de desaceleração econômica global.

O BC vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 670 milhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.

Se mantiver essa oferta e vendê-la até o final de janeiro, terá concluído a rolagem do mês que vem.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarBanco CentralAjuste fiscalGoverno Bolsonaro

Mais de Mercados

Ambipar perde R$ 4 bi em valor de mercado após conseguir proteção na Justiça contra credores

Assaí (ASAI3) fecha entre as maiores baixas do Ibovespa após processar GPA

Ibovespa fecha abaixo dos 146 mil pontos com dúvida sobre próximos passos do Fed

Dólar fecha em alta, a R$ 5,36, após dados fortes sobre economia dos EUA