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Dólar passa a recuar em sessão volátil com guerra comercial no radar

Às 10:50, o dólar recuava 0,11%, a 4,1350 reais na venda

Câmbio: dólar recuava nesta terça-feira (Tomasz Zajda/Getty Images)

Câmbio: dólar recuava nesta terça-feira (Tomasz Zajda/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 09h11.

Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 11h07.

São Paulo — O dólar passou a se desvalorizar contra o real nesta terça-feira, em dia marcado por volatilidade nos mercados de câmbio, com agentes financeiros ainda de olho nas movimentações envolvendo a guerra comercial entre Estados Unidos e China, em função de seus impactos sobre a economia global.

Às 10:50, o dólar recuava 0,11%, a 4,1350 reais na venda.

Na véspera, o dólar fechou com valorização de 0,37%, a 4,1396 reais na venda, maior nível para um término de sessão desde 18 de setembro de 2018 (4,1422 reais na venda), com o mercado ansioso acerca de ofertas de liquidez no plano doméstico, tendo como pano de fundo um ambiente de incerteza comercial no exterior.

Neste pregão, o dólar futuro tinha queda de 0,54%.

Para o estrategista de renda-fixa da Coinvalores Corretora Paulo Celso Nepomuceno, o mercado está ajustando suas posições em relação à forte valorização do dólar no dia anterior, já que a falta de novidades sobre as relações comerciais entre EUA e China abre espaço para um reposicionamento.

"As notícias chegaram muito rapidamente na segunda-feira e o mercado reagiu de maneira exagerada. O cenário externo está ruim para todo mundo, mas agora — e como sempre — a gente fica à mercê das publicações do (presidente dos Estados Unidos, Donald) Trump no Twitter, que podem no minuto seguinte mudar todo o contexto."

As opiniões sobre o clima em torno das negociações comerciais eram mistas, com alguns demonstrando expectativas de uma resolução iminente, e outros reticentes depois que uma autoridade chinesa disse que não soube de nenhum telefonema entre os dois lados.

Contra uma cesta de moedas, o dólar tinha queda de 0,13%, a 97,954. A moeda norte-americana também passou a se desvalorizar contra a lira turca e o rand sul-africano, demonstrando um aumento no apetite por moedas emergentes.

Enquanto isso, na cena doméstica, permanecia no radar as questões políticas envolvendo os ruídos sobre a falta de controle do governo do desmatamento na Floresta Amazônica, com o presidente Jair Bolsonaro se reunindo nesta terça-feira com governadores da Amazônia Legal e outros membros do governo.

O BC vendeu todos os 550 milhões de dólares em moeda física nesta sexta-feira e negociou ainda todos os 11 mil contratos de swap cambial reverso ofertados — nos quais assume posição comprada em dólar.

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