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Dólar reage após chegar a R$ 5,27 e fecha em alta de 0,3%

Na véspera, o Fed reduziu os juros da economia dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, já o Copom manteve a Selic em 15% ao ano

Dólar: nos primeiros momentos da sessão, a moeda americana chegou a R$ 5,271 na mínima. (Designed by/Freepik)

Dólar: nos primeiros momentos da sessão, a moeda americana chegou a R$ 5,271 na mínima. (Designed by/Freepik)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 18 de setembro de 2025 às 09h57.

Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 17h03.

Após o corte de juros pelo (Federal Reserve) Fed e a decisão do Copom de manter o juros no Brasil, o dólar operou sem direção definida na maior parte da sessão desta quinta-feira, 18. Após chegar a R$ 5,270 na mínima do dia, a moeda fechou com alta de 0,34%, cotada a R$ 5,318. O DXY, índice que compara o desempenho do dólar com uma cesta de outras divisas, subia 0,36%.

Enquanto o Fed reduziu os juros nos EUA, o Copom manteve a Selic inalterada no Brasil.

“Investidores estrangeiros voltam a olhar para o Brasil como boa alternativa de investimento. Isso atrai, claro, também um pouco de capital especulativo. O dólar dança nesta quinta, com investidores vindo em doses homeopáticas, já que o corte dos juros americanos já havia sido precificado. De um lado, vale muito a pena investir aqui. Do outro, ainda há um risco fiscal”, opina Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.

Quando os juros nos EUA diminuem, torna-se ainda mais barato tomar dinheiro lá. Com a manutenção ou taxas mais altas em outros países, essa diferença se torna mais favorável para o investidor estrangeiro. Dentre a cesta de países emergentes, o Brasil é um dos países com maior diferencial de taxa de juros em relação aos EUA.

Na estratégia, chamada de carry trade, é comum em que investidores tomem empréstimos em países com juros mais baixos e apliquem esses recursos em países com juros mais altos.

Super Quarta

O Fed reduziu os juros da economia dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual. Foi o primeiro corte neste ano, após cinco reuniões consecutivas sem mexer na taxa. Mas a decisão não foi unânime: o diretor Stephen Miran, indicado pelo presidente americano Donald Trump, defendeu um corte de 0,5 ponto percentual.

A maioria dos diretores do Fed também projeta mais dois cortes de juros para este ano. Na coletiva de imprensa, o Jerome Powell, presidente da autoridade monetária, deixou claro que o arrefecimento do mercado de trabalho foi o que pautou a decisão do colegiado. “Os riscos para o mercado de trabalho mudaram, há sinais reais de desaceleração”, disse ele.

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa de juros em 15% ao ano, reforçando a perspectiva de que um ciclo de corte deve começar apenas a partir de 2026.

No comunicado, o Banco Central (BC) manteve a mesma comunicação da última reunião, sem indicação do início de um ciclo de corte da Selic no curto prazo. “O tom ainda foi bem hawkish, sem dar espaço para discussão sobre corte de juros no curto prazo, apesar da melhora recente no cenário externo, com o corte de juros pelo Fed e a valorização do câmbio desde a última reunião”, afirma Rafaela Vitoria, economista-chefe do Inter.

O que é o dólar à vista

O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.

A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.

O que é o dólar futuro

O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.

Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.

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