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Dona da Gucci sobe 10% com possível chegada do CEO da Renault; ações da montadora caem 6%

Luca de Meo deixa o comando da Renault em meio a especulações de que assumirá a Kering, dona da Gucci

Publicado em 16 de junho de 2025 às 07h16.

As ações da Kering subiam 9,85% por volta das 6h50 desta segunda-feira, 16, após a notícia de que Luca de Meo, atual CEO da Renault, deixará a montadora para assumir o comando do grupo francês de luxo, dono de marcas como Gucci, Saint Laurent e Balenciaga. Os papéis da Renault, por outro lado, recuavam 6,55%, na maior queda desde julho de 2023.

De Meo anunciou sua saída da Renault no domingo, 15. Segundo informações do jornal Le Figaro e da agência Reuters, ele deve ser confirmado como novo CEO da Kering ainda hoje, após o fechamento dos mercados. A Kering, até o momento, não comentou oficialmente sobre a nomeação.

O executivo italiano, que liderou a transformação da Renault nos últimos cinco anos, é visto por analistas como um nome forte para conduzir a reestruturação do grupo de luxo, que vem enfrentando dificuldades, especialmente com a queda nas vendas da Gucci. As ações da Kering acumulam perda de mais de 60% nos últimos dois anos, pressionadas por alertas de lucro e trocas na direção criativa da sua principal marca.

De Meo assume o desafio de substituir François-Henri Pinault, herdeiro da família controladora da Kering, que deve se manter no cargo de presidente do conselho de administração, separando pela primeira vez as funções de CEO e chairman após 20 anos.

Na Renault, o executivo foi o principal arquiteto do plano de recuperação, promovendo corte de custos, modernização da linha de produtos e avanço na eletrificação da frota. Desde que assumiu o comando da empresa em 2020, as ações da montadora subiram mais de 90%, tornando-se uma das de melhor desempenho no setor automotivo europeu.

O anúncio da saída de De Meo acontece em um momento sensível para a Renault, que ainda enfrenta os desafios da concorrência com montadoras chinesas e dos impactos das tarifas comerciais dos Estados Unidos. Segundo a montadora, ele permanecerá no cargo até 15 de julho, e o conselho já iniciou o processo de sucessão.

A movimentação também ocorre em meio a rumores de que a Nissan, parceira da Renault, estaria avaliando vender parte de sua participação na montadora francesa para levantar recursos, segundo informou o jornal japonês Nikkei.

A possível chegada de De Meo à Kering é vista pelo mercado como uma tentativa de trazer um perfil mais focado em gestão de marca e transformação operacional, características valorizadas no segmento de luxo, que enfrenta hoje um cenário mais desafiador, com consumidores priorizando grifes consolidadas e menos dispostos a apostar em marcas em processo de reestruturação.

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