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Dono da Cyrela vai à Bolsa buscar R$ 800 mi para escritórios e shoppings

O foco da empresa será o mercado paulistano, onde a Cyrela Commercial Properties vê potencial mais imediato de expansão

Elie Horn: empresário quer expandir a Cyrela Commercial Properties (CCP) (Germano Luders/Exame)

Elie Horn: empresário quer expandir a Cyrela Commercial Properties (CCP) (Germano Luders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2019 às 12h43.

Última atualização em 22 de outubro de 2019 às 12h43.

O empresário Elie Horn contratou bancos para levantar na Bolsa pelo menos R$ 800 milhões para financiar a expansão da Cyrela Commercial Properties (CCP), empresa do grupo voltada para incorporação e administração de prédios comerciais e shoppings.

A operação será por meio de oferta pública subsequente de ações da companhia, com a expectativa de venda de 25% ao mercado.

A queda da taxa básica de juros e a expectativa de recuperação da economia ajudaram a atrair investidores para o mercado imobiliário. Criada em 2007, a CCP acredita que há espaço para a retomada dos investimentos. Na cisão de ativos, a Cyrela ficou com os empreendimentos residenciais e a CCP, com os comerciais.

Entre os shoppings centers, a companhia tem em seu portfólio o Cidade de São Paulo, o Shopping D e o Tietê Plaza, na capital paulista, e o Metropolitano Barra, no Rio. Entre suas torres comerciais destacam-se o JK Financial Center e Faria Lima Financial Center, também em São Paulo.

Segundo fontes a par do assunto, o foco da CCP é o mercado paulistano, onde vê potencial mais imediato de expansão.

O grupo contratou os bancos Bradesco BBI, que vai coordenar o processo, além de BTG Pactual, Itaú, Morgan Stanley, Safra e XP.

As instituições deverão começar o processo de definição dos preços das ações na próxima semana. Com faturamento de R$ 498 milhões em 2018, a empresa tem cerca de 11% de ações em circulação no mercado. Procurada, a CCP não quis conceder entrevista.

Na semana passada, o grupo JHSF, dono do Shopping Cidade Jardim, anunciou que também pretende fazer oferta de ações para expandir seus negócios. BTG e Bradesco também foram contratados para conduzir o processo.

O grupo anunciou a assinatura de contratos para expandir, em Nova York, a marca Fasano, focada em gastronomia e hospedagem de luxo. As construtoras Helbor e Trisul também decidiram acessar o mercado financeiro para financiar suas expansões.

Novo boom

Analistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo veem esse movimento como um ciclo de virada do mercado imobiliário. Depois de três anos de paralisia, o segmento de prédios comerciais começa a ganhar novo fôlego.

Na Faria Lima, principal corredor financeiro do Brasil, a taxa de vacância voltou a cair e novos projetos estão sendo anunciados, com a expectativa de que os preços dos aluguéis aumentem, favorecendo os proprietários.

Coordenadora de projetos da construção da Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), Ana Maria Castelo não vê o movimento como um boom semelhante ao de 2007. "Hoje o cenário é bem diferente.

Ainda há incertezas sobre programa habitacional. O FGTS está sendo usado para financiar o consumo. Além disso, o índice de confiança do empresariado mostra um otimismo moderado."

A queda da taxa básica de juros, segundo ela, é um grande estímulo para atrair investidores para a compra de ações de empresas do mercado imobiliário. "Mas, ao contrário de 2007, os investidores estrangeiros ainda seguem cautelosos."

Além disso, o programa Minha Casa Minha Vida, que durante anos animou o setor com incentivos do governo federal, hoje vive uma fase bem mais discreta. Nesse sentido, diz a especialista do Ibre/FGV, a demanda por ações neste novo ciclo será por papéis de empresas cujo retorno costuma ser mais alto.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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