Eli Lilly: empresa atingiu valor de mercado de US$ 1 trilhão ( jetcityimage/Getty Images)
Repórter
Publicado em 21 de novembro de 2025 às 14h07.
Última atualização em 21 de novembro de 2025 às 14h09.
A Eli Lilly alcançou um marco significativo ao atingir valor de mercado de US$ 1 trilhão, tornando-se a primeira gigante do setor de saúde a se juntar ao seleto grupo de empresas que ultrapassaram essa avaliação, tradicionalmente dominado por nomes do setor de tecnologia.
Durante as negociações desta manhã, as ações da farmacêutica passaram brevemente da marca de US$ 1 trilhão, embora tenha ocorrido uma leve queda logo depois, segundo informações da CNBC. O preço de fechamento ficou em torno de US$ 1.048 por ação. A Eli Lilly é a segunda companhia fora do setor de tecnologia a alcançar esse feito nos Estados Unidos, seguindo os passos da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett.
O desempenho das ações da Eli Lilly, que subiram mais de 36% no ano, está relacionado à crescente confiança dos investidores nos avanços da empresa, especialmente no competitivo mercado de medicamentos GLP-1, onde ela tem se destacado em relação à sua principal concorrente, a Novo Nordisk. A farmacêutica tem se beneficiado principalmente da crescente demanda por seus medicamentos, como o Zepbound, para perda de peso, e o Mounjaro, para diabetes.
Esses dois tratamentos têm gerado um crescimento expressivo nas vendas da Eli Lilly. No terceiro trimestre deste ano, a companhia informou que o Mounjaro gerou US$ 6,52 bilhões em receita, marcando um aumento de 109% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o Zepbound obteve vendas de US$ 3,59 bilhões, o que representa um crescimento de 184% no mesmo intervalo.
A tendência é que a demanda por esses tratamentos continue a crescer à medida que as aprovações para seu uso se expandem, e com a ampliação da cobertura por planos de saúde. A empresa também planeja lançar uma versão oral de seus medicamentos populares no próximo ano, oferecendo uma alternativa mais prática e menos onerosa para a produção, além de mais acessível aos pacientes.
A Eli Lilly se posiciona para seguir dominando o mercado de medicamentos para emagrecimento, um setor que alguns analistas acreditam ter o potencial de alcançar um valor superior a US$ 150 bilhões até a década de 2030. No entanto, a Novo Nordisk permanece uma concorrente de peso, e a Pfizer também tem mostrado avanços, recentemente ganhando uma disputa de US$ 10 bilhões com a Novo Nordisk para adquirir a fabricante do medicamento Metsera, indicado para a obesidade.
Fundada em 1876 pelo químico farmacêutico e veterano da Guerra Civil Americana Eli Lilly, a companhia tem sido uma líder no tratamento de doenças como o diabetes. Em 1923, a Eli Lilly lançou a primeira insulina comercial do mundo.
A empresa fez sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York em 1952, e por décadas, manteve-se relevante no mercado com produtos como insulinas, o antidepressivo Prozac e a vacina contra a poliomielite.
Em 2022, a Eli Lilly deu um passo importante com a aprovação da tirzepatida, conhecida como Mounjaro, para o tratamento do diabetes. O medicamento competiu diretamente com o Ozempic, da Novo Nordisk, que já dominava o mercado de tratamentos para diabetes.
O Mounjaro se destaca por atuar de maneira inovadora no corpo, imitando dois hormônios produzidos pelo intestino, o GLP-1 e o GIP, ambos envolvidos na regulação do apetite e do metabolismo de açúcares e gorduras. Já o Ozempic e o Wegovy, também da Novo Nordisk, atuam apenas no GLP-1.
Em seu primeiro ano completo no mercado, o Mounjaro alcançou status de "blockbuster", gerando mais de US$ 1 bilhão em vendas. Em 2023, a Eli Lilly obteve aprovação para usar a tirzepatida também como tratamento para obesidade, comercializada sob o nome de Zepbound, competindo diretamente com o Wegovy.
Em 2024, o Mounjaro alcançou US$ 11,54 bilhões em vendas, enquanto o Zepbound gerou US$ 4,93 bilhões, consolidando a Eli Lilly como uma das principais potências no mercado de medicamentos para perda de peso.