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Embraer lidera perdas do Ibovespa após queda de 76% no lucro do 3º tri

Fabricante de aeronaves manteve projeções para o ano, frustrando investidores que esperavam uma revisão positiva

Embraer: impacto de tarifas podem aparecer no 4º trimestre, afirmam analistas (Divulgação Embraer)

Embraer: impacto de tarifas podem aparecer no 4º trimestre, afirmam analistas (Divulgação Embraer)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 17h21.

Última atualização em 4 de novembro de 2025 às 17h28.

As ações da Embraer (EMBJ3) reagiram mal ao balanço da fabricante de aeronaves no 3º trimestre de 2025. O lucro da companhia recuou 76,4% no período, para R$ 289,4 milhões. Às 17h13 (horário de Brasília), os papéis EMBJ3, ticker que a empresa passou a adotar a partir desta semana, caíam 4,53%.

Mesmo com a queda, as ações ainda acumulam valorização próxima de 50% no ano.

Segundo o Itaú BBA, os resultados vieram amplamente em linha com o esperado, enquanto efeitos pontuais positivos ajudaram a sustentar um lucro líquido 21% acima do consenso de mercado. O banco destacou ainda que a Embraer reafirmou seu guidance para o ano, o que acabou frustrando o mercado que esperava por uma revisão positiva.

O JPMorgan, por sua vez, observa a persistência de preocupações com o impacto das tarifas americanas sobre os números do quarto trimestre de 2025. O banco estima que ainda haja US$ 35 milhões a US$ 40 milhões em tarifas a afetar o resultado do período, o que implicaria um impacto total de aproximadamente US$ 55 milhões no segundo semestre, em linha com suas projeções.

A XP Investimentos, por sua vez, destacou que a rentabilidade da companhia continua sólida, com margem EBIT ajustada de 8,6% em linha com suas estimativas. Melhor alavancagem operacional e iniciativas de eficiência de custos ajudaram a mitigar os impactos tarifários.

O time de analistas da XP também ressaltou que o fluxo de caixa (FCF) foi sazonalmente melhor, de US$ 300 milhões, beneficiando-se de um melhor ritmo de entrega, bem como de uma redução nos recebíveis no trimestre. "Em geral, não vemos grandes surpresas nos resultados da Embraer no 3T25, corroborando a mensagem de uma sólida rentabilidade no ano consolidado."

O Bradesco BBI avaliou os resultados da Embraer como positivos, destacando o Ebitda ajustado de US$ 236 milhões, 2% acima da estimativa do banco e 7% acima do consenso de mercado. A margem EBIT ajustada ficou em 8,6%, tanto no trimestre quanto no acumulado do ano, em linha com o guidance de 7,5% a 8,3% para 2025. O BBI projeta, inclusive, margem de 8,9% para o próximo ano, acima do intervalo estimado pela própria companhia e lembrou que o quarto trimestre tende a ser sazonalmente mais forte, o que pode levar a Embraer a cumprir, ou até superar, suas projeções anuais.

A fabricante de aeronaves manteve as projeções para 2025, prevendo a entrega de entre 77 e 85 aeronaves para a Aviação Comercial, enquanto a Aviação Executiva projeta entre 145 e 155 aeronaves.

Em termos financeiros, a empresa espera uma receita entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões, com uma margem EBIT ajustada variando entre 7,5% e 8,3%. O fluxo de caixa livre ajustado deverá ser de US$ 200 milhões ou mais para o ano.

Apesar das pressões pontuais, analistas mantêm uma visão construtiva sobre a Embraer, destacando a resiliência operacional e o potencial de expansão das margens em 2025.

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