Embraer supera recorde de trimestre anterior com carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de mercados
Publicado em 23 de abril de 2025 às 10h09.
A Embraer (EMBR3) terminou o primeiro trimestre de 2025 com carteira de pedidos de US$ 26,4 bilhões, superando o recorde do quarto trimestre, de US$ 26,3 bilhões. O montante representa um salto de 25% em relação aos US$ 21,1 bilhões registrados no primeiro trimestre de 2024.
A gigante da indústria aeroespacial entregou 30 aeronaves no primeiro trimestre de 2025. O resultado ficou 20% acima do registrado em comparação ao mesmo período de 2024, quando 25 aviões foram entregues.
As entregas do primeiro trimestre de 2025 correspondem a 13% do patamar médio de 231 aeronaves estimadas pela companhia para 2025 (entre 222 e 240 jatos), considerando os setores aviação comercial e aviação executiva. Acima da média dos últimos cinco anos, de 11% para o período.
O setor de defesa & segurança se manteve estável, com carteira de pedidos de US$ 4,2 bilhões. A carteira de pedidos de serviços & suporte totaliza US$ 4,6 bilhões.
Já a carteira de pedidos de aviação executiva atingiu novo recorde no primeiro trimestre de 2025, de US$ 7,6 bilhões, 3% acima do recorde do trimestre anterior. A unidade de negócios entregou 23 jatos no primeiro trimestre deste ano. O número de entregas foi 28% superior aos 18 jatos do primeiro trimestre de 2024.
A aviação comercial foi o único segmento com queda na carteira em relação ao trimestre anterior. A carteira de pedidos totalizou US$ 10,0 bilhões no primeiro trimestre de 2025 – 2% abaixo do resultado do último trimestre.
“O pedido da ANA Holdings Inc. de 15 aeronaves E190-E2 com opções para 5 jatos adicionais será incluído provavelmente na carteira de pedidos do segundo semestre de 2025, quando o contrato final for assinado”, conforme o relatório da companhia.
A unidade de negócios entregou sete novas aeronaves no primeiro trimestre de 2025, atingindo 9% do ponto médio (81 aeronaves) da projeção da empresa para o ano (entre 77 e 85 neste segmento). O desempenho da divisão ficou ligeiramente abaixo da média de 12% de primeiros trimestres nos últimos 5 anos, refletindo os desafios contínuos da cadeia de suprimentos.
“No trimestre não foi possível entregar duas aeronaves adicionais devido a problemas comerciais. Esperamos que nossos esforços de nivelamento de produção gerem resultados mais tangíveis no segundo trimestre de 2025, no segundo semestre do ano e no início de 2026”, comunica a empresa.
Para o Citi, o relatório de entregas e carteira de pedidos do primeiro trimestre da Embraer foi bastante “encorajador.” Os segmentos de defesa e jatos executivos têm potencial para impulsionar um crescimento sólido e sustentável a longo prazo. O Citi reitera sua recomendação de compra para as ações com preço-alvo de US$ 55.
A comparação anual é impactada devido ao pedido de US$ 7 bilhões da American Airlines no primeiro trimestre de 2024, conforme a análise do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). “Ainda assim, vemos espaço para melhorias nos próximos trimestres, à medida que os desafios da aviação comercial comecem a diminuir e as campanhas de vendas ganhem força”.
De modo geral, os analistas do banco consideram que a empresa apresentou uma carteira de pedidos robusta, apesar de um trimestre mais fraco em termos de entregas. A aviação comercial continua sendo uma preocupação, especialmente devido às restrições na cadeia de suprimentos, que afetam tanto as entregas quanto as novas campanhas comerciais. Eles ponderam, no entanto, que problemas são temporários e devem começar a se normalizar com o tempo.
O BTG ressalta o segmento de jatos executivos e o setor de defesa, que pode receber novos pedidos de países como Polônia, Turquia e México. O time do banco reiterou a recomendação de compra para as ações com preço-alvo de US$ 65.