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Empresa de commodities cresce quase 10 vezes em uma década e desafia gigantes do setor

Com sede em Cingapura e operações globais, a empresa transporta minério suficiente para construir duas vezes o Empire State Building

Commodities: Ascensão da Radiant World abala o mercado global de minério de ferro (JC Patricio/Getty Images)

Commodities: Ascensão da Radiant World abala o mercado global de minério de ferro (JC Patricio/Getty Images)

Publicado em 16 de outubro de 2025 às 12h00.

A Radiant World, uma empresa de comércio de commodities ainda pouco conhecida, se tornou uma das maiores negociações de minério de ferro do mundo — a commodity mais negociada depois do petróleo. Fundada na Índia, a companhia cresceu quase 10 vezes na última década e agora opera em escritórios em Cingapura, Londres e Dubai.

De acordo com informações da Bloomberg, o volume diário de transporte de minério da Radiant World é suficiente para erguer o Empire State Building duas vezes.

Apesar de seu sucesso, a empresa gera opiniões divididas: alguns especialistas veem a empresa como resultado de negociações estratégicas, enquanto outros alertam para apostas de alto risco que podem expô-la a perdas significativas caso os mercados mudem bruscamente.

Crescimento exponencial e riscos

Nos últimos anos, a Radiant World negociou entre 65 milhões e 70 milhões de toneladas de minério de ferro, aproximando-se de gigantes como Glencore e superando rivais como a Trafigura. A empresa também busca expandir suas operações para metais não ferrosos, como alumínio e cobre, além de discutir a entrada de capital de centenas de milhões de dólares e a venda de participação à Glencore, avaliando a companhia em US$ 1 bilhão.

Alguns grandes bancos se afastaram da Radiant World devido a preocupações com documentos de embarque falsificados em transações passadas, segundo relatórios internos do Rabobank e de fontes do ING.

Apesar disso, a empresa continuou crescendo com apoio de outros financiadores, incluindo a Glencore, que se tornou uma parceira estratégica em negociações de minério brasileiro.

O modelo de negócios da Radiant World é caracterizado por apostar em preços altos, comprando minério físico quando os preços estão baixos e vendendo quando sobem, às vezes sem cobertura total no mercado de derivativos. Essa postura otimista gera lucros elevados, mas também aumenta a vulnerabilidade caso o mercado entre em queda, segundo a Bloomberg.

Expansão da Radiant World e perfil do CEO

O fundador da Radiant World, Pinkesh Nahar, começou a empresa aos 23 anos, focando na exportação de minério de ferro da Índia. Conhecido por sua postura reservada, Nahar evita entrevistas e mantém um perfil discreto, diferentemente de outros magnatas de commodities. Sob sua liderança, a Radiant World formou parcerias com grandes siderúrgicas e mineradoras globais, consolidando-se como um player internacional.

Nos últimos 10 anos, a empresa manteve uma trajetória de crescimento meteórico: de 7 milhões de toneladas negociadas em 2014 para mais de 65 milhões em 2025. Ao mesmo tempo, enfrentou desafios regulatórios e financeiros, mas conseguiu manter rentabilidade e estabilidade nos volumes de negociação.

A Radiant World se tornou um termômetro do mercado de minério de ferro, com bancos, traders e governos acompanhando de perto cada movimento. A empresa já demonstrou sua capacidade de resistir a quedas de preços, como em 2024, quando lucrou US$ 88 milhões mesmo durante oscilações no mercado.

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