Farmácia da Pague Menos no festival The Town: 78 SKUs (Bruno Conrado)
Editor de Invest
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 06h00.
Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 09h42.
Ainda tem muita gente se recuperando das longas caminhadas e da maratona de shows do festival The Town, que aconteceu em São Paulo nos últimos dois finais de semana. E quem esteve no Autódromo de Interlagos por esses dias, provavelmente se deparou com uma ativação incomum. Em meio aos lounges das dezenas de marcas que estavam dentro e fora no evento, havia um estande da Pague Menos (PGMN3), envelopado em telas de LED e com vendedores animados.
Ter uma varejista farmacêutica em um evento desse porte não é algo inédito. Mas a empresa garante: foi a primeira vez de uma farmácia de verdade vendendo itens de conveniência, como protetor solar e aqueles medicamentos sem prescrição, em um mega festival de música aqui no Brasil.
O ambiente pode não parecer ser o mais apropriado para ter um estabelecimento desse tipo. Afinal, festival tem chão de terra, bebida alcóolica e outras coisas que não combinam com a ingestão de medicamentos. Mas a Pague Menos montou sua farmácia com o aval, ainda que temporário, da Anvisa e demais órgãos de vigilância sanitária.
"Tivemos a visita recorrente da Anvisa, tanto no nosso container [de armazenamento dos produtos] quanto na nossa loja. Estávamos em conformidade com tudo, da forma que eles pediram, como fazemos em nossas lojas", afirmou Renato Camargo, vice-presidente de marketing da companhia.
A Pague Menos disponibilizou 78 SKUs (produtos) no The Town. O portfólio, a princípio, era menor. O adesivo Salonpas, por exemplo, foi incluído por demanda do público "30+", a partir do segundo dia de festival. Esse perfil de cliente foi maioria no evento em dias de atrações como o grupo de punk-rock Green Day e a boy band Backstreet Boys. E fez com que itens como Dorflex e Novalgina encabeçassem a lista de produtos mais vendidos no evento.
Os mais jovens, atraídos por nomes como Travis Scott e MC Cabelinho, buscavam algo para evitar (ou curar) a ressaca, ajudando a turbinar as vendas de itens como Engov, Epocler e antiácidos.
A EXAME apurou que as vendas não pagaram o investimento que a empresa fez para estar no festival. A empresa não confirma a informação, mas destaca que a presença no The Town foi importante para ajudar a trabalhar marca, que é mais popular no Nordeste, junto ao público cosmopolita dos festivais de música de São Paulo.
Agora que foi aberto o precedente, a Pague Menos quer estar em outros eventos desse tipo, e vai buscar novas autorização temporárias dos órgãos de vigilância sanitária. O The Town já confirmou uma nova edição em 2027.
O varejo farmacêutico é um segmento disputado. Além dos grandes players, como a própria Pague Menos e a RD Saúde (dona das bandeiras Droga Raia e Drogasil), ambas listadas na bolsa, concorrem as redes regionais e farmácias de bairro.
As supermercadistas também tentam, há décadas, autorização para vender medicamentos sem prescrição médica dentro de seus estabelecimentos. Um projeto de lei está em discussão no Congresso, e pode ser votado ainda esta semana.
Enquanto isso, um das maiores empresas de market place do mundo também está tateando esse mercado por aqui. O Mercado Livre (MELI34) até já comprou um ponto físico (nada charmoso) na cidade de São Paulo para iniciar uma operação própria em um momento ainda não definido.
Na concorrência entre varejistas farmacêuticas listadas na bolsa, PGMN3 leva a melhor em 2025, até agora, com valorização de 13% do início do ano até o fechamento desta terça-feira, 16. As ações da RADL3, por sua vez, acumulam queda de 20,5% nesse mesmo período.