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Entusiasmo com bitcoin pode ser injustificado, diz Fed de NY

Economistas dizem que criptomoedas ainda não são grandes rivais do dinheiro, cheques ou cartões de crédito

Bitcoin: "Em um mundo onde todas as coisas tinham preço em bitcoin, isso provavelmente se traduziria em mudanças na inflação e na atividade econômica", disseram economistas do FED (Benoit Tessier/Illustration/Reuters)

Bitcoin: "Em um mundo onde todas as coisas tinham preço em bitcoin, isso provavelmente se traduziria em mudanças na inflação e na atividade econômica", disseram economistas do FED (Benoit Tessier/Illustration/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 17h17.

Última atualização em 2 de março de 2018 às 17h07.

Nova York  - O bitcoin e outras moedas digitais ainda não são grandes rivais do dinheiro, cheques ou cartões de crédito como meios de pagamento nos Estados Unidos e outras grandes economias, de acordo com dois economistas do Federal Reserve de Nova York.

As moedas digitais têm se apresentado como alternativa de pagamento em meio a temores envolvendo as tradicionais formas de pagamento, disseram os economistas nesta sexta-feira.

Em 2015, por exemplo, enquanto a Grécia lutava contra o problema da dívida, os juros do país e os negócios com bitcoins saltaram em meio a preocupações com controles de capital e uma possível saída da zona do euro, disseram os economistas do Fed de Nova York, Michael Lee e Antoine Martin.

"Criptomoedas aparentemente resolvem o problema de fazer pagamentos em um ambiente não confiável, mas não é óbvio que isso seja um problema que precisa ser resolvido, pelo menos nos Estados Unidos e outras economias avançadas", afirmaram.

Na verdade, bitcoin, ethereum, ripple e outras moedas digitais, enquanto cresceram em uso e popularidade, apresentam desvantagens notáveis, disseram os economistas.

Com bitcoin, a forte volatilidade tende a minar sua função como reserva de valor. Isso é diferente de uma moeda tradicional gerida por um banco central, afirmaram, alertando ainda que as transações com bitcoin também consomem muita eletricidade e a validação das transações leva tempo.

No momento, estima-se que as transações de bitcoin usam 48 terawatts horas de energia por ano, quantia que pode eletrificar 4,4 milhões de casas dos EUA, segundo a Digiconomist, um blog sobre criptomoedas que Lee e Martin citam na publicação.

"Nós nos perguntamos se um meio de pagamento projetado para um ambiente em que a confiança nas instituições é completamente ausente pode ser tão conveniente quanto naquele em que a confiança é necessária, mas também existe".

O bitcoin viu seu valor cair até 70 por cento de um pico recorde perto de20 mil dólares em meados de dezembro. Nesta sexta-feira, era cotada a 8.414 dólares na bolsa Bitstamp com sede no Luxemburgo.

"Em um mundo onde todas as coisas tinham preço em bitcoin, isso provavelmente se traduziria em mudanças massivas na inflação e na atividade econômica", disseram.

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