Philip Jefferson: o que o diretor do Fed pensa sobre o risco de uma bolha da IA (Bloomberg/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 21 de novembro de 2025 às 16h02.
O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Philip Jefferson, afirmou nesta sexta-feira, 21, que considera improvável que a atual disparada das ações relacionadas à inteligência artificial repita o boom das empresas ponto com do fim dos anos 1990, que terminou em colapso, principalmente porque as companhias de IA hoje são bem estabelecidas e têm lucro real.
Um relatório do banco central dos EUA mostrou que cerca de 30% dos entrevistados veem uma reversão no sentimento em relação à IA, como um risco relevante para o sistema financeiro dos EUA e para a economia global.
Jefferson disse que o otimismo dos investidores com empresas de IA ocorre em um contexto de um sistema financeiro “sólido e resiliente” e destacou que, ao contrário da bolha das ponto com, essas companhias não têm dependido de endividamento.
Segundo ele, o uso limitado de alavancagem reduz o risco de que uma mudança de sentimento contamine a economia, embora futuros investimentos em infraestrutura possam elevar a dívida e, consequentemente, as perdas em caso de reversão.
Ele acrescentou que a IA deve transformar o mundo de forma profunda e “irregular”, mas ainda é cedo para medir seus efeitos sobre emprego, inflação e política monetária.
Jefferson é um dos participantes votantes do Comitê de Mercado Aberto do Fed e foi a favor do corte de juros em 0,25 ponto percentual na reunião de outubro, acompanhando o voto da maioria.