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‘Estamos prontos para a terceira onda’, diz Ânima após lucro de R$ 187 milhões em 2024

Empresa reverteu prejuízo do ano anterior e aposta em outros segmentos, como uma universidade para creators e curso de medicina

Paula Harraca, CEO da Ânima: Esse novo ciclo de crescimento começou a ser implementado com uma visão clara sobre a captação e a permanência dos alunos (Daniel Mag/ Ânima/Divulgação)

Paula Harraca, CEO da Ânima: Esse novo ciclo de crescimento começou a ser implementado com uma visão clara sobre a captação e a permanência dos alunos (Daniel Mag/ Ânima/Divulgação)

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 20 de março de 2025 às 21h22.

Última atualização em 20 de março de 2025 às 21h40.

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“Estamos prontos para a terceira onda de crescimento.” Foi o que afirmou Paula Harraca, CEO da Ânima, ao comentar os resultados anuais da companhia. Em 2024, a empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 187 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 46,4 milhões do ano anterior. No quarto trimestre, o lucro registrado foi de R$ 8,9 milhões.

Em entrevista à EXAME, a CEO destacou que a Ânima segue uma trajetória de redução da alavancagem, que fechou 2024 em 2,8x, comparado a 3,25x no ano anterior. Harraca afirmou ainda que a empresa concluiu a integração de todos os ativos adquiridos, incluindo os da Laureate, dona da Universidade Anhembi Morumbi, cuja aquisição foi feita em meados de 2021.

“Isso nos coloca em uma posição favorável para inaugurar esse novo ciclo de crescimento, que começou em 2025 e foi compartilhado com o mercado dentro do direcionamento estratégico da chamada ‘terceira onda’ da Ânima”, disse a executiva.

Harraca, que assumiu a presidência da companhia em junho do ano passado, explicou que, nos primeiros 60 dias, focou em conhecer as equipes, entender o mercado e reestruturar a organização, criando um comitê executivo mais alinhado com as avenidas de crescimento. “Esse novo ciclo de crescimento começou a ser implementado com uma visão clara sobre a captação e a permanência dos alunos, sem abrir mão da qualidade da educação.”

O tíquete médio cresceu em todos os segmentos, enquanto a evasão apresentou melhora de 1,1 ponto percentual no quarto trimestre de 2024 para o segmento core, encerrando o ano em 2,8%, ante 3,9% no final de 2023.

O foco na qualidade da receita e na eficiência operacional levou a um crescimento de 17,5% do EBTIDA ajustado ex-IFRS16 em relação a 2023, atingindo R$ 1,08 bilhão. Além disso, a margem expandiu pelo 12º trimestre consecutivo. Já a geração de caixa, após capex e capital de giro, alcançou R$ 783,6 milhões em 2024, um aumento de 10,2% sobre 2023.

Novas avenidas de crescimento

Para expandir este ano, Átila Simões, CFO da Ânima, explicou que a estratégia da empresa passa por um crescimento sustentado, com foco na qualidade da receita. “Estamos comprometidos com uma execução disciplinada, que se reflete no aumento do tíquete médio, sem abrir mão da qualidade dos nossos serviços. Essa abordagem sem ‘mágica’ nos dá confiança para o futuro. Estamos testando novas avenidas de negócio.”

Entre essas iniciativas, está o lançamento de uma universidade voltada exclusivamente para o mercado de creators (produtores de conteúdo digital). O projeto, inaugurado em janeiro deste ano, recebeu um investimento de R$ 40 milhões.

Os cursos de medicina também são estratégicos dentro dessa terceira onda de crescimento da Ânima. A Inspirali, vertical que reúne os cursos médicos da companhia, encerrou o período com 11.616 alunos matriculados nos 15 campi onde oferece ensino acadêmico. O tíquete médio do segmento aumentou 8,5% no quarto trimestre de 2024, resultando em uma receita líquida de R$ 317,4 milhões no trimestre, 9,3% maior que no mesmo período do ano passado. Para o ano de 2024, a receita líquida do ensino acadêmico foi de R$ 1,3 bilhão, um crescimento de 11% sobre o ano anterior.

Segundo o CFO, a recente aquisição de uma escola de preparação para a residência médica e os investimentos em educação médica continuada são fundamentais para essa estratégia. No fim de 2024, a companhia anunciou a compra da Eu Médico Residente (EMR), plataforma de cursos preparatórios para médicos que buscam residência.

“Estamos bem-posicionados, inclusive com participação no programa Mais Médicos 3, que visa ampliar o número de vagas para médicos em regiões com carência de profissionais”, disse Simões.

Harraca acrescentou que a companhia vê grande potencial de crescimento no curso de medicina, tanto em captação quanto em rentabilidade. “Isso se alinha ao nosso objetivo de oferecer uma educação médica diferenciada, com foco em uma abordagem holística, humanizada e com missões humanitárias.”

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