O valor recebido pela venda dessas opções, o "prêmio", é repassado aos cotistas como dividendos, que variam entre 1% e 1,2% ao mês
Publicado em 28 de agosto de 2025 às 08h51.
Última atualização em 28 de agosto de 2025 às 09h01.
Desde agosto de 2024, os principais índices de Wall Street apresentaram ganhos: o Dow Jones subiu 9,48%, o S&P 500 avançou 14,63% e o Nasdaq-100 cresceu 20,25%. No entanto, o grande destaque entre os investidores foi o ouro, que registrou uma valorização de 36,45% em um ano, deixando traders com os olhos brilhando mais do que o próprio metal.
Neste cenário de alta demanda por uma carteira "brilhante", a Buena Vista Capital, anunciou a chegada do AURO11 à B3, um ETF de ouro com dividendos.
Com aplicação mínima de R$100, o ativo oferece aos investidores brasileiros a possibilidade de investir em ouro e receber proventos mensais, por meio de uma estratégia de opções conhecida como "covered call".
O fundo replica um outro ETF de gestão ativa negociado nos Estados Unidos. Popular no mercado americano, ETFs que distribuem dividendos são relativamente novos no Brasil, explica Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital.
O AURO11 empacota a exposição em ouro físico, mais uma proteção contra a oscilação de preço da commodity.
Isso é possível porque o ETF também engloba uma estratégia com opções de compra. Trata-se de um derivativo que dá, a quem o adquire, o direito de comprar um ativo, por um valor pré-determinado, em uma data especifica.
Ao mesmo tempo em que aplica dinheiro em ouro, o ETF vende opções de compra - e o que recebe dessa venda, o prêmio, é repassado aos investidores como dividendos. O provento é de 1% a 1,2% do valor da cota.
“Se o valor nominal do ETF sobe 10% de um mês para o outro, o dividendo também será 10% maior que a remuneração do mês anterior”, afirma Renato Nobile, da Buena Vista Capital.
O dividendo é previsível justamente por causa da estratégia de proteção. Com ela, o ETF não absorve toda a queda do ouro no mercado físico, por causa dos prêmios que recebeu com a venda das opções. Por outro lado, também vai subir em menos intensidade quando o valor da commodity dispara, já que essas mesmas opções travam o preço.
O AURO11 combina investimento em ouro com uma proteção contra a oscilação de preços. Isso é feito porque o ETF vende opções de compra sobre o ouro – um derivativo que dá ao comprador o direito de adquirir o ativo por um preço pré-definido.
Historicamente, o ouro historicamente é um investimento no qual investidores buscam proteção em episódios de choque de inflação, estresse geopolítico e risco cambial.
“Em tempos de incertezas macroeconômicas, os investidores geralmente recorrem ao dólar ou ao Tesouro americano. Como a previsibilidade dos Estados Unidos diminuiu, devido a política tarifária do Donald Trump, muitos investidores começaram a investir em ouro. Então aproveitamos o timing”, comenta Nobile.
O ETF terá taxa de administração de 0,98% ao ano e, graças à isenção de come-cotas, a tributação final é de 15% sobre o ganho de capital, via DARF.
As cotas do AURO11 serão negociadas diariamente na B3. Lembrando que, assim como qualquer ativo de renda variável, o investimento está sujeito a riscos de mercado, variações cambiais e oscilações nos preços do ouro.