Mercados

Exterior ruim põe dólar em alta e Bovespa em baixa

As taxas futuras dos juros não devem abandonar a tendência de estabilidade e tendem apenas a monitorar o comportamento do exterior e do câmbio no Brasil


	Por volta das 9h40 o Ibovespa futuro caía 0,55%, aos 55.730 pontos
 (Divulgação)

Por volta das 9h40 o Ibovespa futuro caía 0,55%, aos 55.730 pontos (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 09h20.

São Paulo - Os mercados internacionais não oferecem trégua aos negócios domésticos nesta sexta-feira espremida entre o feriado no Brasil, na quinta-feira, e o fim de semana.

O sinal negativo que prevalece entre os ativos de risco, antes da reunião do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com líderes do Congresso para discutir o chamando abismo fiscal deve colocar o dólar em alta e a Bovespa em baixa.

Já as taxas futuras dos juros não devem abandonar a tendência de estabilidade e tendem apenas a monitorar o comportamento do exterior e do câmbio no Brasil. A liquidez para o dia deve ser reduzida em todos os mercados nacionais.

Por volta das 9h40 o Ibovespa futuro caía 0,55%, aos 55.730 pontos. O economista da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira, lembra que a Bolsa brasileira tem expressivos ajustes a fazer no pregão desta sexta-feira por causa do fechamento mais negativo das Bolsas de Nova York ao final de quarta-feira e da continuidade da queda dos índices acionários norte-americanos na quinta-feira.

Além disso, os recibos de ações brasileiras (ADRs) recuaram em Wall Street, com destaque para as novas perdas entre as empresas de energia elétrica e das blue chips, Petrobras e Vale. É válido lembrar que na segunda-feira acontece o vencimento de opções sobre ações.

Com isso, avalia Bandeira, "vamos perder suporte importante em 56,2 mil pontos". Perdida esta região, segundo análise gráfica da Um Investimentos, o próximo suporte estaria nos 54 mil pontos. E, considerando-se a sinalização vinda do exterior, a Bolsa brasileira pode se aproximar dessa marca.

No horário acima, o índice futuro do S&P 500 caía 0,23% e o Nasdaq 100 futuro recuava 0,24%. As atenções estão voltadas para a reunião entre Obama e líderes do Congresso na Casa Branca, para dar início às negociações a fim de evitar que uma série de cortes de gastos e aumentos de impostos automáticos entre em vigor no começo do ano que vem.


Já na agenda de indicadores econômicos, o destaque é o resultado da produção industrial dos EUA e a utilização da capacidade instalada em outubro, às 12h30. Mais cedo, às 12 horas, sai o fluxo líquido de capital no país em setembro.

Na Europa, ainda por volta das 9h40, as bolsas de Paris e de Frankfurt cediam 0,26% e 0,58%, nesta ordem, um dia após a zona do euro confirmar que voltou para a recessão, dois anos depois de dar início à retomada econômica. Por lá, as expectativas recaem no encontro de ministros de Finanças da zona do euro (Eurogrupo), que acontece na semana que vem e que deve decidir sobre à liberação de ajuda financeira à Grécia.

O país mediterrâneo está em processo de pagar a dívida de € 5 bilhões que vencem nesta sexta-feira, evitando um calote (default), segundo fonte da agência de gestão da dívida do país. O compromisso seria honrado a partir do montante levantado pela Grécia em leilões realizados ao longo desta semana.

Em meio a esse conturbado cenário externo e à menor disposição ao risco, o dólar deve ganhar terreno ante o real nesta sexta-feira. Por volta das 9h40 o dólar à vista era negociado a R$ 2,073, em alta de 0,29%. Na máxima até então, a moeda norte-americana foi a R$ 2,075. Entre as moedas estrangeiras, destaque para o iene, que tenta recuperar terreno ante o dólar. Ainda no mesmo horário, o dólar subia a 81,16 ienes, de 81,15 ienes no fim da tarde de quinta-feira em Nova York. Os investidores avaliam a possibilidade de mudança no quadro político no Japão, após a decisão do primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, de dissolver a Câmara Baixa do Parlamento e convocar a primeira eleição geral desde 2009.

O novo patamar testado pelo dólar no Brasil realimenta preocupações com a inflação, o que poderia estimular a alta das taxas futuras de juros. Porém, os contratos de depósitos interfinanceiros (DIs) devem oscilar próximo da estabilidade nesta manhã, devido à liquidez reduzida após o feriado. "O dia deve ser sonolento", disse um operador de renda fixa, que prefere não ter seu nome revelado.


Na ausência de indicadores domésticos, o mercado de juros futuros monitora a reunião trimestral de economistas com o Banco Central em São Paulo. O diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, participa do evento, que deve ocorrer das 11h30 às 13 horas e será fechado à imprensa.

Ainda na opinião do profissional citado acima, "mesmo que Hamilton diga algo novo na reunião, não vai influenciar as expectativas para o próximo encontro do Copom (Comitê de Política Monetária)", nos dias 27 e 28. "Mas sim em decisões futuras", acrescentou.

Por volta das 9h40, na BM&FBovespa, o contrato do DI com vencimento em janeiro de 2014 tinha taxa de 7,39%, de 7,41% no ajuste anterior. Entre os vencimentos longos, o DI para janeiro de 2017 projetava 8,81%, de 8,82%; e o DI com vencimento em janeiro de 2021 apontava 9,43%, de 9,47%.

Acompanhe tudo sobre:B3bolsas-de-valoresAções

Mais de Mercados

Por que está mais difícil de prever crises nos Estados Unidos

Por que empresas de robotáxi chinesas não foram bem recebidas na bolsa

Tesla segue roteiro da Berkshire. Mas Elon Musk pode ser novo Buffett?

Pfizer vence disputa com Novo Nordisk e compra a Metsera por US$ 10 bi