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Fabricante suíça de jatinhos deixa de exportar para os EUA. Boa notícia para Embraer

Modelo da suíça Pilatus é o principal concorrente do Phenom 300E, da fabricante brasileira, líder de mercado nos Estados Unidos

Embraer: Ações operam próximas das duas máximas históricas (Leandro Fonseca/Exame)

Embraer: Ações operam próximas das duas máximas históricas (Leandro Fonseca/Exame)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 12h53.

O jogo virou: do risco de perder acesso ao maior mercado do mundo, com a ameaça de taxas extras de 40% para exportar aos Estados Unidos, a Embraer (EMBR3) passou a ser uma potencial beneficiada pelo tarifaço em outras regiões do globo após ser englobada na lista de isenções da Casa Branca.

Na última sexta-feira, 8, a suíça Pilatus – sujeita, por ora, a uma sobretaxa de 39% – decidiu suspender as entregas de seus jatos executivos PC-12 e PC-24 em território americano. É uma ótima notícia para a multinacional brasileira, aponta o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME).

"O PC-24 é o principal competidor do Phenom 300E da Embraer, e sua saída do mercado pode ajudar a induzir uma demanda de curto prazo para a alternativa brasileira no mercado americano, dando ainda mais suporte ao forte momento comercial e operacional da Embraer", aponta a equipe liderada por Lucas Marquiori.

Diferentemente da concorrente europeia, a Embraer mantém produção 100% localizada em Melbourne, na Flórida, o que a protege dos novos encargos.

Ainda que a Pilatus já tenha sinalizado planos para construir uma linha de montagem na Flórida, o banco avalia que esse reposicionamento levará tempo para neutralizar o impacto da pausa nas entregas. Além disso, lembra que a exclusão de Embraer e Airbus das tarifas pode servir de precedente jurídico e diplomático para que os suíços tentem reverter a medida no futuro.

O movimento tarifário de Trump afeta um negócio fortemente dependente das exportações: cerca de metade das vendas da Pilatus vem de sua subsidiária na Suíça, e os EUA respondem pela maior fatia da receita.

Para a Embraer, a combinação de barreiras à concorrência e presença local deve reforçar um dos mercados mais rentáveis de sua divisão de aviação executiva. O Phenom é o líder de vendas no país.

O BTG reforçou sua recomendação de compra para os papéis da Embraer, que já operam próximos da sua máxima histórica. O banco tem preço-alvo de US$ 75 para os ADRs negociados na Nyse, potencial de alta de 28% frente ao fechamento de sexta-feira.

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