Redatora
Publicado em 28 de julho de 2025 às 07h12.
Wall Street enfrenta, nesta semana, uma das agendas mais carregadas do ano, que pode ser decisiva para os rumos da economia americana e dos mercados globais em 2025.
Na quarta-feira, 30, o Federal Reserve (Fed) conclui sua reunião de política monetária. Apesar da expectativa majoritária de manutenção dos juros, investidores estarão atentos a qualquer sinal sobre cortes futuros.
A autoridade monetária também deve comentar os impactos das novas tarifas comerciais impostas pelo governo Trump, que entram em vigor já nesta sexta-feira, 1º de agosto.
Além do Fed, o mercado acompanha a divulgação dos balanços de quatro gigantes da tecnologia: Amazon, Apple, Meta e Microsoft. Juntas, elas concentram boa parte do valor de mercado do índice S&P 500.
“A agenda carregada desta semana — com negociações comerciais, reunião do FOMC, relatório de empregos e os balanços de quatro das 'Sete Magníficas' — torna este um verdadeiro momento da verdade para os mercados”, disse Julian Emanuel, estrategista-chefe de ações da Evercore ISI, em entrevista à Bloomberg.
Dados econômicos também devem movimentar os mercados. A primeira prévia do PIB americano do segundo trimestre deve mostrar uma recuperação após a contração observada no início do ano, causada por uma disparada nas importações.
Já o relatório de criação de empregos (Jolts) e os dados de gastos das famílias devem revelar se a atividade econômica segue aquecida ou se já começa a perder fôlego.
Economistas projetam uma leve alta no índice de preços de gastos com consumo (PCE), medida preferida do Fed para monitorar a inflação, será divulgado na quinta‑feira, 31, o que pode reforçar o tom cauteloso da autoridade monetária.
Ao mesmo tempo, cresce a tensão em torno do comércio exterior. O prazo imposto por Trump para a entrada em vigência das novas tarifas se encerra em 1º de agosto, sem sinal de extensão.
As negociações com a China ocorrem nesta segunda e terça-feira, em Estocolmo, na Escócia.
No último domingo, o presidente americano anunciou um acordo com a União Europeia que reduziu as tarifas impostas sobre produtos europeus de 30% para 15%.
Mesmo com todas as tensões envolvendo as tarifas, a temporada de balanços tem surpreendido positivamente. Segundo dados da Bloomberg Intelligence, os lucros das empresas do S&P 500 estão 4,5% acima do registrado há um ano, impulsionados por consumidores de maior renda. A companhia aérea American Airlines, por exemplo, destacou o crescimento da demanda por assentos premium.
O mercado de ações também continua em alta. Para analistas, a resiliência da economia americana e os lucros acima do esperado ajudam a sustentar o otimismo, ainda que cauteloso.
“No mercado de ações, os lucros têm superado uma expectativa baixa, o que indica que as empresas estão se saindo melhor do que se temia", afirma Cayla Seder, estrategista da State Street, à agência Bloomberg.