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Feriado nos EUA, balança comercial e Cúpula dos Brics: o que move os mercados

Mercados operam com cautela em dia de baixa liquidez, foco na balança comercial e sinalizações de Trump

Publicado em 4 de julho de 2025 às 07h25.

Com os mercados americanos fechados nesta sexta-feira, 4, por conta do feriado da Independência nos Estados Unidos, o dia terá liquidez reduzida e agenda esvaziada. No Brasil, o único dado relevante previsto é o resultado da balança comercial de junho, que será divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) às 15h.

Apesar do ritmo lento nos negócios, o noticiário político e econômico segue movimentado. Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump assina às 18h o projeto de lei orçamentário aprovado pela Câmara, apelidado de “One Big Beautiful Bill” pela Casa Branca. O texto aumenta o teto da dívida, amplia isenções fiscais e prevê cortes em programas sociais.

Trump também deve iniciar nesta sexta-feira o envio de cartas com as novas tarifas de importação que começarão a ser aplicadas em 1º de agosto. Os países atingidos são os que ainda não firmaram acordos comerciais com Washington. O prazo final para negociação é 9 de julho.

Na Europa, o índice de preços ao produtor (PPI) de maio, divulgado pelo Eurostat às 6h, mostrou queda de 0,6% na comparação com abril tanto na zona do euro quanto na União Europeia, após recuos de mais de 2% no mês anterior. Na comparação anual, os preços subiram 0,3% na zona do euro e 0,4% no bloco como um todo, indicando leve recuperação após meses de deflação industrial.

Ainda na agenda europeia, às 15h, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursa durante o Global Women’s Leadership Award.

No radar brasileiro

No Brasil, o dia começa com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um seminário do banco dos Brics às 9h40.

Às 11h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa no Rio de Janeiro da cerimônia de anúncio dos novos investimentos da Petrobras, que somam cerca de R$ 33 bilhões em projetos de refino e petroquímica no estado. O principal destaque é a integração entre o Complexo de Energias Boaventura e a Refinaria Duque de Caxias.

À noite, o Rio de Janeiro sedia o jantar de abertura da Cúpula dos Brics, que ocorrerá no fim de semana. A ausência de Vladimir Putin, da Rússia, e de Xi Jinping, da China, enfraquece o peso político do encontro.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 1,35%, aos 140.927 pontos, novo recorde histórico, impulsionado pela valorização das ações do setor financeiro. O dólar recuou 0,28%, cotado a R$ 5,405, no menor nível em um ano.

Outro destaque político da véspera foi a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de homologar o acordo do governo federal para ressarcir aposentados e pensionistas do INSS vítimas de descontos associativos indevidos. A medida suspende os processos em andamento sobre o tema e será submetida ao plenário da Corte, ainda sem data definida.

Mercados internacionais

Em reação ao forte payroll americano e às negociações tarifárias de Trump, o cenário global segue de viés negativo nesta sexta-feira, 4.

Na Ásia, predominou o vermelho. Na Coreia do Sul, o Kospi cedeu 1,99%, enquanto o Kosdaq recuou 2,21%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 0,64%. Já o CSI 300, da China, encerrou o dia com alta de 0,36%. Os mercados do Japão e Austrália, por sua vez, fecharam praticamente estáveis.

Na Europa, a abertura refletiu o tom decepcionante das encomendas industriais alemãs em maio: às 7h10, o francês CAC 40 recuava 0,94%, o europeu Stoxx 600 cedia 0,73%, o alemão DAX registrava perda de 0,55% e o britânico FTSE 100 marcava queda de 0,37%.

Nos Estados Unidos, com os pregões suspensos pelo feriado, os futuros indicam baixa: queda de 0,50% para o Dow Jones, de 0,56% para o S&P 500 e de 0,51% para o Nasdaq 100.

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