Ferrari aumenta lucro no 2º trimestre, mas ações caem após receita abaixo do esperado
Redatora
Publicado em 31 de julho de 2025 às 21h01.
A Ferrari registrou crescimento no lucro operacional e na receita no segundo trimestre de 2025, impulsionada pela demanda por modelos personalizados e supercarros de alta performance. Apesar do resultado positivo, as ações da empresa recuaram até 4,8% na bolsa de Milão após a divulgação de faturamento inferior às expectativas do mercado.
O balanço foi divulgado em meio a mudanças nas tarifas de importação que impactam o setor automotivo. Um acordo entre Estados Unidos e União Europeia reduziu a alíquota para 15%, ante os 27,5% anteriores, embora o valor ainda esteja acima dos 2,5% vigentes antes das políticas comerciais implementadas pelo presidente Donald Trump.
Com toda a produção concentrada na Itália, a Ferrari não tem a opção de transferir a fabricação para os Estados Unidos, seu principal mercado, responsável por cerca de 25% das entregas.Ainda assim, a empresa mantém uma carteira sólida de pedidos e registra poucos cancelamentos, o que indica capacidade de repassar custos adicionais aos consumidores sem perder volume de vendas.
No período, a Ferrari reportou receita de 1,79 bilhão de euros (cerca de US$ 2 bilhões), um avanço de 4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O lucro operacional subiu 6%, totalizando 709 milhões de euros. Os embarques permaneceram estáveis, indicando um equilíbrio entre oferta e demanda.
A montadora atribui o desempenho à forte procura pelos modelos SF90 XX e 12Cilindri, além dos supercarros personalizados que sustentam as margens da empresa, mesmo diante dos custos adicionais provocados por tarifas comerciais internacionais.
Para preservar margens brutas próximas a 40%, o CEO Benedetto Vigna destacou que a empresa planeja reajustar preços nos EUA em até 10%, estratégia necessária para compensar as tarifas sem afetar o longo tempo de espera, que pode chegar a dois anos para alguns modelos.
A Ferrari prepara o lançamento do seu primeiro veículo totalmente elétrico para outubro, sinalizando um movimento estratégico em direção à eletrificação dos supercarros.