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Ferrous contrata BBA no processo de aumento de capital

O banco também faz a intermediação de um pedido de financiamento de US$ 800 milhões junto ao BNDES, que completaria o orçamento de US$ 1,3 bilhão do projeto


	Minérios: em 2013, a Ferrous projeta produzir 5 milhões de toneladas de minério nas minas de Viga e Esperança e faturar pouco mais de US$ 300 milhões
 (Rich Press/Bloomberg)

Minérios: em 2013, a Ferrous projeta produzir 5 milhões de toneladas de minério nas minas de Viga e Esperança e faturar pouco mais de US$ 300 milhões (Rich Press/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 15h49.

Rio - A mineradora Ferrous contratou o Itaú BBA como mandatário do processo de aumento de capital US$ 500 milhões para a expansão da mina de Viga (MG).

O banco também faz a intermediação de um pedido de financiamento de US$ 800 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que completaria o orçamento de US$ 1,3 bilhão do projeto.

Esta semana, a produtora de pelotas Ferrexpo se consolidou como principal acionista da Ferrous, com a compra de uma fatia de 14,4%.

Controlada pelo bilionário ucraniano e parlamentar Kostyantin Zhevago, a Ferrexpo é uma das principais concorrentes da Vale no mercado de pelotas.

Segundo reportagem do jornal inglês Financial Times, Zhevago declarou recentemente que a companhia, listada no índice FTSE 250 da Bolsa de Londres, está a caminho de superar a brasileira, pela maior proximidade das siderúrgicas chinesas.

Para Jayme Nicolato, presidente da Ferrous, o fato de a Ferrexpo ser um investidor estratégico, não apenas financeiro, valoriza o projeto da mineradora e a favorece o funding de Viga.

Dos 140 acionistas da Ferrous boa parte são fundos, mas isso vem mudando com a chegada de nomes como a Ferrexpo e a Glencore Xstrata. "A Ferrexpo se diferencia por investir em projetos de minério de alto teor. É uma chancela para o projeto da Ferrous", disse.

Nicolato não descarta que a ucraniana siga o aumento de capital da Ferrous para evitar uma diluição. A empresa não fez investimento direto na mineradora além do aporte de US$ 80 milhões para compra da participação. O objetivo é abrir um data room ainda este ano e encerrar o processo de captação privada até o primeiro trimestre de 2014.

Além da parte dos acionistas, a meta é buscar o restante em dívida (financiamento). A previsão é submeter o pedido (carta consulta) ao BNDES em outubro.

A expansão de Viga prevê a elevação da capacidade da mina dos atuais 3,5 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas ao ano em 2017. A Ferrous já afirmou que estuda embarcar parte de seu minério pelo Porto do Sudeste, que recentemente teve 65% vendidos pela MMX ao fundo Mubadala e à trading holandesa Trafigura.

"A mudança é muito positiva porque agora temos certeza de que o porto (do Sudeste) será concluído, com a injeção de US$ 400 milhões por Mubadala e Trafigura", disse Nicolato. O executivo disse que ainda não negociou nada com os novos sócios do porto, até então pertencente a Eike Batista. No entanto, minimiza a falta de um contrato firme de embarque por considerar que o Brasil terá em pouco tempo sobra de capacidade portuária.

O projeto inicial da Ferrous de ligar a mina por um mineroduto até Presidente Kennedy (ES), onde construiria um terminal, continua em suspenso até segunda ordem. Mas a Ferrous aguarda a licença de instalação do porto até o início de 2014. Nicolato enxerga grande potencial de valorização do ativo com a concessão do trecho da ferrovia Litorânea Sul, que ligará Vitória e Rio de Janeiro, por isso guardará essa carta na manga.

Em 2013, a Ferrous projeta produzir 5 milhões de toneladas de minério nas minas de Viga e Esperança e faturar pouco mais de US$ 300 milhões, ante US$ 211 milhões em 2012.

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