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Publicado em 26 de junho de 2025 às 09h22.
O Brasil continua com rating "BB" em relatório atualizado publicado pela Fitch. Segundo a agência de classificação de riscos, o país continuou na categoria de "grau especulativo".
A avaliação da Fitch reflete uma combinação de pontos fortes econômicos e riscos fiscais e políticos, segundo a Fitch. Para a agência, o Brasil possui economia grande e diversificada, caracterizada por sua diversidade setorial e mercados internos complexos, que asseguram uma maior flexibilidade para o financiamento. A agência ressalta, ainda, a solidez das finanças externas e a baixa exposição da dívida em moeda estrangeira, que diminuem a vulnerabilidade do país a choques externos.
Apesar dos aspectos positivos, a Fitch ressalta preocupações com a trajetória da dívida pública, que tem aumentado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e rigidez orçamentária, segundo apuração do Valor. O crescimento potencial do Brasil segue relativamente baixo, restringindo a capacidade do país de conter o endividamento por meio do aumento da receita.
"As incertezas fiscais continuam a ser uma fonte de risco macroeconômico mais amplo, tendo se manifestado na recente volatilidade do mercado", informou a agência no comunicado.
O relatório destaca a resistência que o governo Lula tem enfrentado no Congresso para a aprovação de reformas estruturais e de medidas fiscais que são consideradas essenciais para controlar a expansão da dívida.
"Um pacote fiscal apresentado no final de 2024 para tratar dessas questões estruturais agravou, em vez de aliviar, as incertezas, provocando a volatilidade do mercado", completou.
A agência alerta para a influência de fatores externos, como o cenário de juros elevados globalmente, que pode pressionar as condições financeiras do Brasil. Ainda assim, a Fitch considera que o país mantém capacidade de absorver choques, graças às reservas e à estrutura de sua dívida.
As próximas eleições de outubro de 2026, segundo a agência, podem aumentar os incentivos para políticas populistas. "Em nossa opinião, as eleições não representam um risco de grandes desvios na política econômica, mas podem moldar o sentimento do mercado e as perspectivas de reformas fiscais cruciais para a perspectiva econômica", o relatório conclui.