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Funcionários da Kering fazem greve na Itália contra redução do trabalho remoto

Paralisação acontece num momento de reestruturação do grupo, que anunciou a venda de sua divisão de beleza para a L’Oréal

Loja da Gucci, marca do grupo Kering, em Hong Kong. (Bobby Yip/Reuters)

Loja da Gucci, marca do grupo Kering, em Hong Kong. (Bobby Yip/Reuters)

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 16h20.

Última atualização em 20 de outubro de 2025 às 17h15.

Os funcionários das marcas Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent, que fazem parte do grupo francês Kering, anunciaram uma greve de 4 horas na Itália na próxima terça-feira, 21.

Segundo a Reuters, o protesto é uma resposta às decisões unilaterais da empresa sobre as condições de trabalho e à redução dos dias de trabalho remoto, medida que, segundo os sindicatos, foi implementada sem negociação com os representantes dos trabalhadores.

As manifestações estão previstas para ocorrer em Milão e Scandicci, cidade próxima à Florença onde o grupo concentra parte de suas operações.

Reação dos sindicatos

Os sindicatos Filctem Cgil, Femca Cisl e Uiltec Uil afirmam que a Kering tem mostrado resistência ao diálogo e que as últimas reuniões revelaram um “fechamento ao debate” sobre as condições de trabalho.

O representante da Filctem Cgil, Massimo Bollini, disse à Reuters que o principal ponto de tensão é a nova política de trabalho remoto. A empresa decidiu reduzir pela metade o número de dias mensais de home office, passando de oito para quatro.

O acordo anterior sobre o modelo híbrido havia sido prorrogado até setembro para permitir novas negociações, mas a mudança entrou em vigor em outubro, sem consenso entre as partes.

Kering passa por reestruturação

A greve ocorre em um momento de reestruturação global da Kering, que enfrenta queda nas vendas e aumento do endividamento. Nesta segunda-feira, 20, o grupo anunciou a venda de sua divisão de beleza para a L’Oréal, em uma estratégia para reduzir dívidas e concentrar investimentos em suas principais marcas de moda de luxo.

A Kering é uma das maiores companhias do setor, controlando marcas icônicas como Gucci, Balenciaga, Yves Saint Laurent, Bottega Veneta e Alexander McQueen.

Até o momento, a empresa não comentou o impacto da paralisação em suas operações italianas nem respondeu às críticas dos sindicatos sobre a condução das negociações trabalhistas.

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