O mercado de lajes corporativas vive um momento de recuperação sólida e consistente (Leandro Fonseca/Exame)
Publicado em 9 de maio de 2025 às 22h29.
Por Anita Spichler Scal, sócia e diretora da área de Investimentos Imobiliário
O mercado de lajes corporativas segue em trajetória positiva, refletindo a gradual recuperação da atividade econômica e o aquecimento da demanda por espaços corporativos de qualidade. Os indicadores de ocupação e valor médio de locação mantêm tendência de alta, enquanto a vacância física recua de forma consistente. O cenário se mostra favorável para os fundos imobiliários corporativos, com perspectivas de valorização dos ativos e distribuição de rendimentos atrativos.
Desempenho e Indicadores Operacionais
Já o índice de ocupação média dos empreendimentos corporativos atingiu 88,5% em março de 2024, consolidando a oitava alta consecutiva desde janeiro de 2023. O movimento evidencia a retomada progressiva do ambiente corporativo, impulsionada pela maior busca por imóveis bem localizados e com infraestrutura moderna.
O valor médio de locação também apresentou evolução favorável, alcançando R$ 94,60/m². O incremento reflete a maior ocupação, a escassez de espaços premium em localizações estratégicas e a recomposição dos preços em linha com a valorização dos ativos.
As projeções para o mercado corporativo permanecem otimistas. O ciclo de redução gradual da taxa básica de juros contribui para o aumento da atratividade dos fundos imobiliários, reforçando o fluxo de capital para o setor. A tendência de valorização dos aluguéis em regiões consolidadas deve seguir, com incremento da ocupação e menor oferta imediata de espaços de alto padrão.
A consolidação dos modelos híbridos de trabalho favorece edifícios bem localizados e eficientes, o que deve manter a vacância física sob controle e apoiar a valorização patrimonial dos ativos corporativos.
O mercado de lajes corporativas vive um momento de recuperação sólida e consistente. Os fundos imobiliários expostos a esse segmento se beneficiam da combinação de maior ocupação, elevação dos aluguéis e redução das taxas de vacância, configurando-se como uma alternativa atrativa para investidores que buscam rendimento recorrente e potencial de valorização no médio e longo prazo.
Movimentações e Comportamento das Empresas
De acordo com dados da SiiLA, das 7.888 empresas monitoradas no segmento Corporate, 1.660 (21%) realizaram movimentações desde o primeiro trimestre de 2020, com uma média de crescimento de 24% na área ocupada. Empresas com áreas abaixo de 500 m² apresentaram crescimento médio de 64%, enquanto aquelas com áreas acima de 500 m² reduziram em média 7%. Para grandes ocupações (acima de 5.000 m²), a redução média foi de 14%.
Quando olhamos para o fechamento do ano de 2024, já foram registradas 227 movimentações em edifícios corporativos de alto padrão (Classe A, AA e AAA), sendo:
- 5% das empresas reduziram área, com média de -23%;
- 30% são novos ocupantes, com média de 1.000 m² por ocupação;
- 27% expandiram ocupação no mesmo prédio, com média de 1.700 m²;
- 38% mudaram e expandiram a ocupação, com média de crescimento de 110%, indo de 850 m² para 1.800 m².
Abaixo, seguem alguns casos que merecem destaque:
- Klabin, ampliando de 5.400 m² para 7.400 m² na Faria Lima;
- Verisure, de 2.900 m² para 7.000 m² no Parque da Cidade;
- Banco Master, expandindo de Pátio Malzoni para Auri Plaza (14 mil m²) e Birmann 32 (8 mil m²).
A análise dos dados atuais revela um mercado corporativo em franca recuperação, com indicadores positivos de ocupação e valorização dos aluguéis. As movimentações empresariais demonstram confiança no ambiente econômico e na atratividade dos espaços corporativos de qualidade. Com a continuidade dessa tendência, espera-se que o setor mantenha sua trajetória ascendente, oferecendo oportunidades promissoras para investidores e fortalecendo o desempenho dos fundos imobiliários corporativos.