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Gigante chinesa de baterias para veículos elétricos levanta US$ 4,6 bi no maior IPO de 2025

Oferta em Hong Kong atraiu forte demanda e pode chegar a US$ 5,3 bilhões com green shoe

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 20 de maio de 2025 às 08h23.

Em uma das aberturas de capital mais impactantes de 2025, a fabricante de baterias chinesa CATL levantou US$ 4,6 bilhões em seu IPO em Hong Kong — o maior do ano até agora — e viu suas ações dispararem 16% já no primeiro pregão, encerrando a HK$ 306,20, muito acima dos HK$ 263 da oferta.

A CATL, que inicialmente esperava captar cerca de US$ 4 bilhões, ampliou o lote para US$ 4,6 bilhões diante da forte demanda.

A empresa conta ainda com uma opção de green shoe, que permitiria ofertar até 15% de ações adicionais, elevando a captação total a até US$ 5,3 bilhões. Segundo dados da LSEG, nesse patamar, seria o maior IPO em Hong Kong desde os US$ 6,2 bilhões levantados pela Kuaishou Technology em 2021.

O desempenho da abertura de capital surpreendeu, considerando o desaquecimento da economia chinesa, as incertezas globais e a inclusão da CATL, em janeiro, na lista de “false designation” do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Essa classificação, que associa a empresa a supostos vínculos militares, pode limitar o acesso de investidores americanos. Segundo o prospecto, a companhia já negocia com as autoridades na tentativa de reverter essa designação.

O sucesso do IPO elevou o volume de captações em Hong Kong para US$ 7,73 bilhões em 2025, ante US$ 1,05 bilhão no mesmo período de 2024, segundo a LSEG.

O timing da oferta coincidiu com a trégua de 90 dias no conflito comercial sino-americano, anunciada em 12 de maio, atraindo investidores globais antes receosos.

“Essa listagem representa nossa integração mais ampla ao mercado global de capitais e um novo ponto de partida para promover a economia global de zero carbono”, destacou Robin Zeng, fundador e chairman da CATL, na cerimônia de abertura.

A maior parte dos recursos será aplicada na construção de uma fábrica na Hungria, parte da estratégia da companhia para produzir baterias na Europa e atender clientes como BMW, Stellantis e Volkswagen.

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