Invest

Goldman Sachs alerta: rali nos mercados pode estar perto do fim

Banco vê maior probabilidade de correção no S&P 500 diante de baixa volatilidade e sinais de desaceleração econômica

Goldman Sachs: risco de queda das bolsas aumenta com baixa volatilidade e economia fraca (Getty Images/Getty Images)

Goldman Sachs: risco de queda das bolsas aumenta com baixa volatilidade e economia fraca (Getty Images/Getty Images)

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 07h39.

O rali das bolsas americanas pode estar próximo de um fim abrupto, segundo o Goldman Sachs. Em relatório a clientes, o banco informou que um dos seus modelos usados para avaliar ações com base no ambiente de mercado e em dados econômicos recentes aponta para uma elevação no risco de queda dos mercados acionários americanos.

De acordo com a análise, o índice S&P 500 enfrenta agora uma probabilidade superior a 10% de registrar uma correção nos próximos três meses, e acima de 20% no horizonte de 12 meses.

Esse aumento no risco é semelhante ao observado no início do ano, antes da forte venda desencadeada pelo anúncio, em 2 de abril, de novas tarifas pelo presidente americano Donald Trump.

“A probabilidade de queda das ações está elevada e aumentou recentemente. Normalmente, níveis acima de 30% indicam risco de baixa para a renda variável, e os níveis atuais estão se aproximando disso”, afirmaram os analistas.

Baixa volatilidade

Segundo o Goldman Sachs, dois fatores explicam o alerta: a volatilidade do mercado está baixa e a economia dá sinais de enfraquecimento. O índice VIX, considerado o “termômetro do medo” de Wall Street, caiu 71% em relação ao pico registrado no dia 2 de abril.

O banco destaca que, em cenários de baixa volatilidade, as ações precisam de um ritmo econômico forte para manter ganhos, algo que hoje parece improvável diante dos riscos trazidos pelas tarifas.

Os analistas citam “piora no momento do ciclo econômico” e fraqueza recente no mercado de trabalho, com criação de vagas abaixo do esperado nos últimos meses.

Tarifas devem pressionar inflação

O Goldman Sachs também projeta que a inflação deve acelerar no segundo semestre, à medida que o impacto das tarifas se espalhar pela economia americana. Ao canal CNBC, o economista-chefe para os EUA do banco, David Mericle, disse esperar que o índice supere 3%.

Segundo o banco, esse cenário pode levar o Federal Reserve (Fed) a adotar novos cortes de juros como estímulo à atividade, caso as preocupações com o crescimento se intensifiquem.

“Isso pode vir acompanhado de maior volatilidade nas ações, especialmente se a política monetária decepcionar expectativas já inclinadas a juros mais baixos”, escreveram os analistas.

O alerta ocorre num momento em que os principais índices de Wall Street operam próximos das máximas históricas. O S&P 500 acumula alta de 10% no ano e de 29% desde a mínima registrada em abril, após o anúncio das tarifas.

Acompanhe tudo sobre:Goldman Sachsbolsas-de-valoresAções

Mais de Invest

PIS/Pasep: Caixa paga R$ 4,24 bi de abono salarial nesta sexta-feira; veja quem recebe

Mega-Sena acumula e próximo sorteio pode chegar a R$ 55 milhões; veja como participar

Investidores da China movimentam US$ 4,6 bilhões e batem recorde no mercado de Hong Kong

Bolsas globais operam perto de máximas à espera de reunião entre Trump e Putin