Goldman Sachs (REUTERS/Brendan McDermid)
Redatora na Exame
Publicado em 1 de abril de 2025 às 11h43.
Última atualização em 1 de abril de 2025 às 12h50.
Contrariando o otimismo do mercado, o banco Goldman Sachs reduziu sua projeção para o índice europeu Stoxx 600 diante da expectativa de tarifas mais altas dos Estados Unidos sobre a Europa.
A nova estimativa para três meses caiu de 560 para 510 pontos, um recuo de 4,5% em relação ao valor de fechamento da última segunda-feira, 31.
A decisão reflete não apenas o impacto das tarifas que Donald Trump deve detalhar na quarta-feira, 2, mas também previsões mais fracas para o crescimento econômico dos EUA e da Europa.
Segundo a estrategista Sharon Bell, recessões costumam vir acompanhadas de correções no mercado acionário.
"Embora o mercado europeu tenha se mostrado resiliente neste período de desempenho mais fraco dos índices americanos, historicamente as correções europeias estão fortemente ligadas às quedas nos mercados dos EUA”, escreveu Bell.
A visão do Goldman contrasta com o otimismo recente do mercado sobre as ações da região, impulsionado por expectativas de maior gasto fiscal, um possível cessar-fogo na Ucrânia e um cenário político mais estável.
Já as previsões para os EUA são mais pessimistas, com analistas alertando para o impacto das tarifas sobre importação, com o próprio Goldman cortando sua meta para o S&P 500 pela segunda vez no mês.
Apesar do corte nas projeções, o banco ainda prevê que o índice europeu atinja um novo recorde em 12 meses, com os impactos das tarifas sendo parcialmente compensados por juros mais baixos e mais investimentos em defesa e infraestrutura.