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Goldman Sachs e Bank of America apostam em franco suíço como ativo de proteção

Estratégias refletem incerteza política no Japão e reforçam a moeda suíça como alternativa de porto seguro

Publicado em 9 de setembro de 2025 às 08h11.

Os estrategistas do Goldman Sachs e do Bank of America passaram a recomendar o franco suíço em detrimento do iene como ativo de proteção em meio à crescente instabilidade política no Japão, segundo informações da agência Bloomberg.

O Bank of America indicou que a operação comprada de franco suíço (CHF) contra o iene (JPY) seria a forma mais direta de refletir os riscos fiscais do Japão, já que a moeda europeia conta com fundamentos mais sólidos. O banco estabeleceu meta de 189 para o par cambial.

No Goldman Sachs, analistas afirmaram que a incerteza política no Japão tende a favorecer o franco suíço e, em menor escala, o euro. Ambos se beneficiariam ainda das preocupações com o crescimento nos Estados Unidos e com cortes de juros pelo Federal Reserve.

O iene, que já vinha sendo a moeda de pior desempenho entre as dez principais economias nas últimas semanas, perdeu ainda mais força após o anúncio de renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba no último domingo, 7. A saída abre espaço para sucessores com inclinação a políticas fiscais mais flexíveis.

A diferença no rumo das políticas monetárias também pesa sobre a cotação. Enquanto o Banco do Japão enfrenta obstáculos para normalizar sua política devido ao cenário político, o Banco Nacional da Suíça já sinaliza ter atingido o piso dos juros, em meio à retomada da inflação.

Força do franco suíço

De acordo com análise da Bloomberg, o par CHF/JPY pode caminhar em direção à marca de 200, algo antes impensável. A avaliação considera que a probabilidade de o Banco do Japão elevar juros neste ano diminui a cada dia.

De acordo com a Bloomberg, o franco suíço vem sendo favorecido nos últimos anos por fundamentos macroeconômicos sólidos, como superávit comercial crescente e juros reais levemente positivos.

O Japão, por outro lado, registra déficits comerciais recorrentes desde 2011, apesar de manter superávit em conta-corrente impulsionado principalmente por rendas de investimentos no exterior.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram que, no primeiro trimestre, a participação do franco suíço nas reservas globais de câmbio alocadas foi de 0,18%, estável em relação ao período anterior. Já a fatia do iene foi de 5,15%.

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