Após uma forte alta nas bolsas de valores impulsionada pela possibilidade de tarifas mais brandas no próximo mês, o Goldman Sachs (GS) alertou que o anúncio de novas tarifas poderá desencadear uma volatilidade significativa no mercado.
Os investidores estão esperando uma abordagem mais suave para as tarifas do que a inicialmente prevista, mas os analistas do Goldman Sachs acreditam que o mercado pode ser surpreendido negativamente quando a Casa Branca revelar as novas tarifas recíprocas em 2 de abril.
Embora o plano de tarifas tenha sido amplamente antecipado, a notícia de que os impostos sobre as importações poderiam ser mais seletivos do que o esperado fez o sentimento do mercado se recuperar.
No entanto, o Goldman Sachs argumenta que, mesmo uma abordagem mais restritiva para as tarifas, elas terão um impacto profundo, dada sua abrangência. Cerca de 15% dos países podem enfrentar taxas adicionais, o que afetaria quase todo o comércio dos EUA, gerando um mal-estar na economia global.
Segundo o Business Insider, o Goldman Sachs ainda destacou dois fatores principais para o alerta.
Primeiro, as tarifas são frequentemente usadas como uma ferramenta de negociação, o que pode levar a administração Trump a pressionar por tarifas mais altas para aumentar a pressão nas negociações com outros países. O banco fez referência às experiências anteriores com as tarifas sobre o Canadá e o México, onde taxas elevadas foram inicialmente impostas, mas posteriormente reduzidas.
Segundo, as baixas expectativas do mercado quanto às tarifas aumentam o risco de um choque quando as tarifas forem implementadas. Uma pesquisa recente indicou que a maioria dos investidores espera uma tarifa de cerca de 9 pontos percentuais, mas o Goldman Sachs alertou que a taxa inicial pode ser o dobro dessa cifra.
A incerteza gerada por essas flutuações nas tarifas já causou turbulência no mercado no início deste ano, com o S&P 500 entrando em território de correção em março.
Dado que os possíveis alvos das novas tarifas representam três vezes o volume de importações do Canadá e México, o Goldman Sachs sugere que a Casa Branca pode proceder com mais cautela no anúncio. Mas fica o alerta: o impacto pode ser fortemente negativo.