Goldman Sachs: traders chineses, que acumulam US$ 23 trilhões em poupança, são vistos como motor do rali (./Reuters)
Redatora
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 17h33.
Última atualização em 3 de setembro de 2025 às 17h44.
O Goldman Sachs está mais otimista em relação às ações da China. Kevin Sneader, presidente do banco para a região da Ásia e do Pacífico, afirmou em entrevista à Bloomberg Television nesta quarta-feira, 3, que a recuperação dos fluxos de investimento para o mercado chinês reforça o rali do índice CSI 300, que reúne as principais ações listadas em Xangai e Shenzhen.
Desde o fim de julho, o índice CSI 300 já avançou cerca de 10%, ante apenas 1,6% do índice global MSCI All-Country. Ganhos recentes têm sido sustentados pelo otimismo em torno dos avanços chineses em inteligência artificial e de medidas para reduzir o excesso de capacidade produtiva no país.
“O que estamos ouvindo de nossos clientes e investidores é que o sentimento melhorou em torno do mercado de ações da China”, disse Sneader. “A China ainda enfrenta muitos desafios, mas este rali nos mercados de ações ainda tem fôlego”, afirmou.
O otimismo impulsionou o banco a ampliar sua presença na região. O Goldman está contratando em Hong Kong e na Índia, com foco em escritórios em Mumbai, Hyderabad e Bangalore, apoiado por um volume relevante de operações.
Sneader lembrou que, em janeiro, muitos clientes ainda aguardavam sinais de estímulos mais fortes por parte das autoridades chinesas. Agora, embora investidores de longo prazo continuem em busca de clareza, ele disse que os fluxos de hedge funds para o país melhoraram.
O executivo acrescentou que um dos grandes motores do rali segue sendo o investidor pessoa física, que acumula uma poupança estimada em US$ 23 trilhões — recursos que podem impulsionar a próxima etapa da alta.
Na semana passada, o Goldman Sachs elevou sua projeção para o índice CSI 300 no fim do ano. A revisão foi conduzida por Kinger Lau, chefe de estratégia de ações da China no banco, que apontou fatores como valorizações atrativas, expectativa de crescimento de lucros em dígitos altos, maior interesse de investidores pessoa física e possível realocação de ativos.