Rede de atacarejo reportou lucro líquido de R$ 319 milhões, alta de 32,5% em relação ao mesmo período de 2024 (Leandro Fonseca/Exame)
Editora do EXAME IN
Publicado em 6 de maio de 2025 às 06h10.
O Grupo Mateus divulgou resultados do primeiro trimestre de 2025 que combinaram avanço no lucro apesar da desaceleração nas vendas, reflexo de efeitos pontuais de calendário.
A rede de atacarejo reportoulucro líquido de R$ 319 milhões, alta de 32,5% em relação ao mesmo período de 2024. A receita bruta cresceu 13% na mesma base de comparação, para R$ 9,4 bilhões.
As vendas mesmas lojas (SSS) subiram 5,2% no trimestre, afetadas principalmente pela mudança da Páscoa para abril neste ano, que motivou a divulgação de um dado adicional para facilitar a comparação: o indicador de de janeiro a abril cresceu 7,1% frente ao mesmo período do ano passado.
No detalhamento por canal, a divisão de varejo teve alta de 4% na receita, com crescimento marginal de 0,3% em SSS; o atacarejo, responsável por 56% das vendas, cresceu 12%, com avanço modesto de 1,2% em SSS; o segmento de eletrodomésticos e móveis recuou 3%, enquanto o atacado avançou 30%.
Apesar da desaceleração nas vendas, a rentabilidade surpreendeu positivamente.
A margem EBITDA ajustada subiu 90 pontos-base em um ano, para 7,8%, superando em 50 pontos a projeção do BTG (do mesmo grupo de controle de EXAME).
O EBITDA foi de R$ 650 milhões (+27% na comparação anual), com crescimento de 16% no lucro bruto e controle de despesas logísticas.
A alavancagem permaneceu baixa: a dívida líquida encerrou o trimestre em R$ 615 milhões, equivalente a 0,3x o EBITDA ajustado dos últimos 12 meses.
Segundo o BTG, mesmo diante de um ambiente desafiador — com inflação instável, concorrência acirrada e margens apertadas no setor de alimentos — o Grupo Mateus se mantém como a principal recomendação do banco entre os varejistas alimentares listados na B3.
O destaque está na combinação de escala, conhecimento regional e rentabilidade acima da média.
As ações do Grupo Mateus, negociadas a R$ 7,70 no fechamento mais recente, são precificadas a 11 vezes o lucro projetado para 2025, um múltiplo considerado atrativo frente aos pares.
O preço-alvo do BTG é de R$ 9,00, o que implica potencial de valorização de cerca de 17%.