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Apesar de Powell, Ibovespa fecha nos 148 mil pontos pela primeira vez

Ações da Vale impulsionaram o índice que ultrapassou a marca dos 149 mil pontos durante a tarde

 (Patricia Monteiro/Bloomberg)

(Patricia Monteiro/Bloomberg)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 17h49.

O Ibovespa (Ibov) fechou as negociações desta quarta-feira, 29, em forte alta e renovou o recorde de fechamento pelo terceiro dia consecutivo. O principal índice acionário da B3 encerrou o pregão com avanço de 0,82% aos 148.632 pontos. Por volta das 14h, o Ibov alcançou a marca inédita de 149.067 mil pontos, um novo recorde intradiário, ou seja, atingindo o maior valor da história em algum momento do pregão (não necessariamente no fechamento).

Os investidores repercutem a decisão do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, sobre os juros. A reunião teve início na terça, e a expectativa que a autoridade monetária reduzisse os juros em 0,25 ponto percentual foi confirmada. O Comitê de Mercado Aberto (Fomc) reduziu os fed funds para a faixa de 3,75% a 4% ao ano.

Entre os destaques do anúncio, uma surpresa foi que houve dois dissidentes. Stephen Miran (indicado por Donald Trump) preferia reduzir o intervalo-alvo em 0,50 ponto percentual, enquanto Jeffrey Schmid preferia manter o intervalo-alvo inalterado nesta reunião. "Isso mostra uma divisão interna sobre o ritmo ideal de flexibilização monetária."

No entanto, o que mais chamou a atenção foi o discurso mais cauteloso de Jerome Powell, presidente do BC americano. A autoridade balanceou as expectativas sobre mais um corte de juros, dizendo que um corte em dezembro "está longe de ser algo certo". Ele ainda acrescentou que o corte dessa reunião foi “uma medida de gestão de risco para aproximar a política monetária de uma postura neutra” e disse: “Não contem com um corte de juros em dezembro.”

A decisão foi dada em um contexto atípico. Desde 1º de outubro, os EUA vivem uma paralisação parcial, o shutdown, do governo federal, que interrompeu a divulgação de diversos indicadores, como dados de desemprego e vendas do varejo. Apenas o índice de preços ao consumidor (CPI) foi publicado na última sexta-feira, 24, com alta mensal de 0,3%, ligeiramente abaixo do esperado e o suficiente para reforçar as apostas em mais um corte.

As falas desanimaram os mercados americanos, que passaram a cair, assim como o dólar, medido pelo Índice DXY, se fortaleceu. No entanto, o Brasil, impulsionado pelas ações ordinárias da Vale (VALE3), que fecharam em alta de 1,85% impulsionaram o índice devido ao peso na composição.

Nesta quinta-feira, 30, o grande destaque será a reunião entre o presidente americano, Donald Trump, e o chinês Xi Jinping. Os líderes devem se encontrar às 11h na Coreia do Sul (23h no horário de Brasília).

Otimismo global nas Bolsas

A maioria das bolsas asiáticas fechou em alta hoje com a notícia da reunião entre Trump e Xi Jinping. Durante sua turnê no continente, o republicano fez comentários otimistas sobre as relações com grandes economias como Japão e China, o que impulsionou os mercados locais.

O índice de referência Nikkei 225, do Japão, disparou mais de 2% e atingiu um novo recorde ao subir 2,2%, alcançando 51.307,65 pontos.

O Kospi, da Coreia do Sul, também avançou 1,8%, atingindo 4.081,15 pontos. Assim como o índice Xangai Composto com alta de 0,7%, e o Shenzhen Composto, que subiu 1,3%.

Os principais índices acionários europeus fecharam mistos. Nos EUA, Dow Jones e S&P 500 recuaram ligeiramente, enquanto Nasdaq subiu, de olho na temporada de balanços das big techs.

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