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Ibovespa sobe quase 3% e flerta com máxima histórica; dólar cai forte

Ambiente externo colabora, mas perspectiva de fim de ciclo de aperto monetário dá gás para ativos cíclicos

B3: Índice flerta com o patamar dos 137 mil pontos (B3/Divulgação)

B3: Índice flerta com o patamar dos 137 mil pontos (B3/Divulgação)

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 8 de maio de 2025 às 10h50.

Última atualização em 8 de maio de 2025 às 14h57.

O Ibovespa tem um pregão bastante forte nesta quinta-feira, com desempenho mais destacado que o de outros países emergentes, chegando a alcançar o patamar dos 137 mil pontos, que já foi atingido antes, em agosto do ano passado.

O índice opera em valorização expressiva desde o começo do dia, e por volta das 14h57, subia 2,8%, para 137.165 pontos. O ambiente externo colabora, com destaque para o acordo comercial entre Estados Unidos e Reino Unido.

Mas o movimento é impulsionado principalmente pela percepção de que o ciclo de aperto da Selic chegou ao fim, depois do aumento anunciado ontem. Corroborando esta visão, o Bradesco BBI deu 'compra' para ativos de bolsa brasileira, apontando o iminente corte de juros e as eleições para 2026.

Com os juros longo caindo, empresas mais sensíveis à atividade e com alavancagem elevada disparam na Bolsa: Azzas e Bradesco sobem mais de 15% depois da divulgação de resultados, liderando os avanços da Bolsa.

O fluxo também contribui para a valorização do real. O dólar, no mesmo horário, caía 1,14% e estava cotado a R$ 5,680.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +2,8%, a 137.179 pontos
  • Dólar hoje: R$ 5,680, queda de 1,14%

No radar hoje

Na quarta-feira, 7, após o fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a elevação da Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano. 

Como esperado, os diretores do Banco Central (BC) não se comprometeram com uma nova alta da taxa, mas deixaram a porta aberta para que os juros subam mais vez, caso necessário. O mercado, contudo, vê a possibilidade de interrupção dos cortes.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) também não surpreendeu e manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%, em meio à guerra tarifária de Trump. “Se os grandes aumentos nas tarifas que foram anunciados se sustentarem, eles provavelmente vão gerar um aumento na inflação, uma desaceleração no crescimento econômico e um aumento do desemprego”, falou Jerome Powell logo após a decisão. “Não sentimos que precisamos ter pressa. Acreditamos que é apropriado ser paciente”, disse.

O acordo entre Reino Unido e Estados Unidos, anunciado hoje, e a perspectiva de negociações entre os americanos e chineses também dão ânimo ao mercado.

Nesta quinta-feira, 8, Banco da Inglaterra cortou a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual, para 4,25%, citando o efeito das tarifas americanas sobre o crescimento econômico global.

Indicadores

Nesta manhã, a FGV divulgou que a inflação no varejo no Brasil acelerou para 0,52% em abril, impulsionada principalmente por aumentos nos preços de medicamentos e alimentos. Além disso, o IPC-S da primeira quadrissemana de maio subiu 0,50%, acumulando alta de 4,47% nos últimos 12 meses.

Já a Anfavea informou que a produção de veículos no país cresceu 20,1% em abril em comparação com março. Ao todo, a indústria brasileira produziu 228,2 mil veículos no período.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Trabalho divulgou que a produtividade da mão de obra caiu 0,8% no primeiro trimestre de 2025, marcando o primeiro declínio desde o segundo trimestre de 2022. Já os custos unitários da mão de obra aumentaram 5,7%, superando as previsões de 5,1%. Os pedidos de auxílio-desemprego, por sua vez, caíram 13 mil, para 228 mil.

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