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Dólar vai a R$ 5,81 e Ibovespa tem leve queda com trégua entre EUA e México

Pela manhã, a leitura de que o Brasil poderia se beneficiar com México mais fraco impedia maiores perdas na bolsa; dados fracos de atividade por aqui também colocam freio nos juros futuros

Ibovespa: Boletim Focus apontou piora nas projeções para inflação (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: Boletim Focus apontou piora nas projeções para inflação (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 10h07.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2025 às 19h15.

O Ibovespa fechou em leve queda na primeira sessão de fevereiro com o acordo entre México e Estados Unidos, que adiou a taxação de produtos.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,13% aos 125.970 pontos
  • Dólar: -0,35% a R$ 5,8160

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, se reuniu com Donald Trump e confirmou, por meio de suas redes sociais, que as tarifas dos Estados Unidos sobre o México serão adiadas por um mês.

Segundo Sheinbaum, o diálogo foi produtivo e as autoridades dos dois países chegaram a um acordo temporário, o que permitiu uma mudança no cenário econômico imediato.

Na mesma conversa, a presidenta também teria se comprometido a colocar mais agentes de segurança na fronteira com os EUA para parar o fluxo de drogas para os EUA.

O adiamento das tarifas, que eram uma preocupação crescente, gerou um alívio significativo para os investidores e analistas financeiros.

Por que a bolsa se beneficiava das tarifas

Pela manhã, a possibilidade de tarifas contra o país em 25% "beneficiava" o Ibovespa, ao mesmo tempo que prejudicava as bolsas americanas -- que reduziram as perdas após o acordo. Na mesma direção, o índice MSCI de mercados emergentes, recua 1,73%.

Apesar da expectativa de inflação maior nos Estados Unidos com a tarifa, o que reduz as chances de novos cortes de juros pelo Federal Reserve (banco central americano) e diminui o apetite ao risco, a leitura é que a imposição de tarifas de 25% ao México e ao Canadá pode ser benéfica para a bolsa brasileira.

"O Trump foi para cima do México, que era um destino claro de recursos na América Latina, especialmente contra o Brasil", afirma um gestor local, para quem o desmonte desse trade explica em parte por que a bolsa brasileira não está tendo uma queda mais acentuada. O México tem 50% das suas exportações voltadas aos Estados Unidos, enquanto no Brasil, esse percentual é de apenas 15%.

Quando más notícias são boas notícias

O desempenho da bolsa brasileira no pregão de hoje indica também que a bolsa pode estar tocando algum fundo, após uma forte queda no ano passado em dólares.

Na visão de analistas de mercado, dados divulgados na semana passada, como o do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mostrou criação de vagas menos que o esperado, e um índice de confiança do consumidor em queda, têm indicado que a política monetária do Banco Central (BC) está atingindo a atividade antes do que se esperava – colocando alguma âncora nas expectativas para juros futuros desde a semana passada e dando gás para a bolsa.

"O técnico está muito leve, está todo mundo fora de bolsa, de grandes hedge funds a fundações e pessoa física", diz o gestor. "O grosso dos resgates dos fundos já ficou para trás."

Boletim Focus

Hoje o mercado repercute também o Boletim Focus. A média das projeções do mercado reportadas pelo Banco Central (BC) mostrou apenas uma leve alta do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 de 5,50% para 5,51%. Já a de 2026 subiu de 4,22% para 4,28%, enquanto a de 2028 foi de 3,73% para 3,74%. Já a de 2027 permaneceu em 3,90%.

É um contraste relevante em relação à semana passada, quando o Focus tinha apontado uma impressionante deterioração nas expectativas inflacionárias, de 5,08% para 5,50% neste ano.

Na edicação desta segunda-feira, rodas as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) permaneceram iguais em: 2,06% (2025), 1,72% (2026), 1,96% (2027) e 2% (2028).

As projeções compiladas pelo BC ainda apontam para uma Selic em 15% ao final de 2025, assim como 12,50% em 2026, 10,38% para 2027, e 10% em 2028.

Quase todas as estimativas para o câmbio se mantiveram iguais: R$ 6 (2025); R$ 6 (2026); e R$ 5,93 (2027). A única que foi revisada foi a de 2028, que subiu ligeiramente para cima de R$ 5,99 para R$ 6.

Como é calculado o índice Bovespa?

O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação da B3 vai dar 10h às 18h, com o after market operando das 18h25 às 18h45. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h. Já as negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.

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