Redação Exame
Publicado em 10 de julho de 2025 às 10h40.
Última atualização em 10 de julho de 2025 às 17h39.
O Ibovespa encerrou o dia em queda nesta quinta-feira, 10, com uma retração de 0,54%, alcançando os 136.743 pontos, refletindo os impactos da imposição das tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, afirmou que o Brasil é um país soberano com instituições independentes e prometeu reciprocidade caso a tarifa seja implementada.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street fecharam em alta, com a descrença de que as novas tarifas de Donald Trump sejam efetivamente aplicadas. O Dow Jones subiu 0,43%, o S&P 500 valorizou 0,27%, enquanto o Nasdaq 100 avançou 0,09%.
As ações das empresas que poderão ser mais afetadas com as tarifas de Trump operavam mistas na manhã desta quinta-feira, 10.
No radar econômico, o destaque é o IPCA de junho, que subiu 0,24%, levemente acima da expectativa de 0,20%, de acordo com dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira, 10. A inflação acumulada em 12 meses chegou a 5,35%, acima do teto da meta. No ano, o indicador acumula alta de 2,99%.
A energia elétrica residencial foi o principal destaque de alta, com aumento de 6,93% no semestre, puxada pela mudança nas bandeiras tarifárias e reajustes em várias cidades.
Já o grupo Alimentação e Bebidas recuou 0,18%, com destaque para as quedas nos preços de ovos, arroz e frutas. O grupo Transportes subiu 0,27%, impulsionado por transporte por aplicativo e conserto de automóveis.
Na agenda política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, realizou uma entrevista coletiva com mídias independentes. O ministro fez declarações acerca das tarifas de Trump. Segundo ele, a decisão de taxar o Brasil em 50% é "eminentemente política, não parte de nenhuma racionalidade econômica". "EUA é superavitário em relação à América do Sul como um todo e ao Brasil também", declarou. Para Haddad, a única explicação é que a família Bolsonaro urdiu essa ação com um objetivo específico: escapar do processo que está em curso.
"E isso não é uma acusação infundada. Eduardo Bolsonaro disse publicamente que as coisas podem piorar", afirmou, dizendo também que a extrema-direita terá que reconhecer que deu um tiro no pé porque está prejudicando o principal estado do país, que é São Paulo. " É um dia ruim, uma agressão que ficará marcada", concluiu.
Nos Estados Unidos, o foco segue sobre a política monetária. A ata da última reunião do Federal Reserve, divulgada na véspera, reforçou a percepção de que cortes de juros podem ocorrer ainda este ano. O documento revelou que apenas “alguns poucos” dirigentes consideram apropriado reduzir os juros já nas próximas reuniões, mas a maioria vê espaço para cortes se os choques inflacionários forem temporários.
Além disso, o mercado repercute a notícia de que os pedidos semanais de auxílio-desemprego ficaram abaixo do esperado, com 227 mil solicitações na semana encerrada em 5 de julho, frente a uma projeção de 238 mil, o que reforça a percepção de resiliência do mercado de trabalho americano.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta, com destaque para a Coreia do Sul, onde o Kospi avançou 1,58%. Na China, o índice CSI 300, que acompanha as principais ações negociadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen, teve ganho de 0,47%. O Hang Seng, em Hong Kong, subiu 0,57%. O S&P/ASX 200, da Austrália, teve alta de 0,59%. Já o Nikkei 225, do Japão, caiu 0,44%.
Na Europa, os índices fecharam em alta, com o Stoxx 600 subindo 0,52%; o CAC 40, da França, com avanço de 0,30%; o FTSE 100, do Reino Unido, com alta de 1,20%; e o DAX, da Alemanha, se destoando, com queda de 0,35%.