O Ibovespa opera em queda de 0,67%, aos 135.272 pontos, nesta segunda-feira, 14, pressionado pelo agravamento das tensões comerciais com os Estados Unidos e por dados fracos da atividade econômica brasileira.
Também colabora para a desvalorização da bolsa a queda de 1,20% de Petrobras (PETR4) e de 1,55% de Vale (VALE3), na esteira do recuo do petróleo tipo Brent em 1,51%, mas na contramão do minério de ferro, que subiu 0,26% na bolsa de Dalian.
A desvalorização dá continuidade ao movimento negativo da última sexta-feira, quando o índice fechou em baixa de 0,41%, impactado pelo anúncio de tarifas de 50% impostas pelo governo Trump a produtos do Brasil.
Ibovespa hoje
- IBOV: -0,67%, a 135.272 pontos
- Dólar: +0,41% a R$ 5,57
No radar hoje
A semana começa com uma série de indicadores importantes já no radar dos investidores nesta segunda-feira, 14. No Brasil, o destaque da manhã foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que registrou a primeira contração do ano. Em maio, o indicador recuou 0,7% na comparação com abril, interrompendo uma sequência de quatro meses de alta.
O resultado reflete os efeitos de uma política monetária ainda restritiva e do fraco desempenho da agropecuária, que caiu 4,2% no mês. A indústria também teve retração de 0,5%, enquanto o setor de serviços ficou estagnado. Mesmo excluindo o peso da agropecuária, o índice teria recuado 0,3% em maio.
Também pela manhã, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, com nova revisão para baixo da inflação esperada em 2025. A projeção para o IPCA caiu de 5,18% para 5,17%, na sétima semana consecutiva de corte. Mesmo com o ajuste, a estimativa segue acima do teto da meta estabelecida pela autoridade monetária.
Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento divulga a balança comercial semanal.
No cenário internacional, o comércio exterior da China deu um respiro aos mercados. Em junho, as exportações chinesas cresceram 5,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, superando as projeções.
As importações também surpreenderam positivamente, com alta de 1,1% após uma sequência de quedas mensais. Os números servem de prévia para a bateria de dados que será publicada às 23h desta segunda-feira, incluindo o PIB do segundo trimestre, vendas no varejo e produção industrial de junho.
Apesar do alívio momentâneo vindo da China, os mercados globais operavam em clima de aversão ao risco após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizar no sábado uma tarifa de 30% sobre produtos importados da União Europeia (UE) e do México, com início previsto para 1º de agosto. A medida pressionou o euro e derrubou os índices futuros das bolsas americanas nas primeiras horas da manhã.
Mercados internacionais
Os mercados asiáticos encerraram a sessão desta segunda-feira, 14, sem direção única. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,26%, enquanto o CSI 300, da China continental, ficou estável. No Japão, o Nikkei 225 recuou 0,28%, em meio a dados ainda fracos de encomendas de máquinas. Já o sul-coreano Kospi avançou 0,83%, enquanto o Kosdaq caiu 0,14%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 teve leve baixa de 0,11%.
Na Europa, o dia teve viés negativo após as tarifas para a UE. O índice Stoxx 600 recuou 0,09%, enquanto o DAX, da Alemanha, liderou as perdas com queda de 0,37%. O CAC 40, da França, caiu 0,24%. Em Londres, o FTSE 100 destoou e subiu 0,64%, puxado pelas ações dos setores de energia e defesa.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street viraram e operam no azul por volta das 14h30, com o S&P 500 subindo 0,16%, o Nasdaq 100 valorizando 0,39% e o Dow Jones com alta de 0,13%, em meio à escalada protecionista e expectativa pelos balanços dos grandes bancos, que começam a ser divulgados nesta terça-feira, 15.