Ibovespa: investidores repercutem balanços (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 14 de novembro de 2025 às 10h33.
Última atualização em 14 de novembro de 2025 às 13h02.
O Ibovespa virou e passou a subir com impulso das ações de Petrobras (PETR3; PETR4) e das ações do setor bancário. Às 13h, o principal índice acionário registrava alta de 0,60%, aos 158.111 pontos, renovando a máxima intraday de hoje aos 158.332.
Já o dólar opera em queda de 0,43%, a R$ 5,274 no mesmo horário.
O mercado ainda repercute nas negociações desta sexta o tom mais duro de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que derrubou as apostas por um corte de juros em dezembro.
Os mercados agora precificam apenas 49,6% de chance de redução de 0,25 ponto percentual, abaixo dos mais de 60% vistos no início da semana. A combinação de falta de dados econômicos — consequência do shutdown — e temor de uma bolha de IA aumentou a aversão ao risco.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, o que pode fazer um contrapeso na bolsa hoje é a fala do Marco Rubio de que, hoje ou semana que vem, eles vão anunciar provavelmente a isenção ou uma redução bem relevante nas tarifas sobre o Brasil. “Isso é extremamente positivo”, diz.
A economia chinesa voltou a decepcionar. Dados de outubro mostraram crescimento abaixo do esperado na indústria e no consumo, aumentando a pressão sobre Pequim às vésperas de 2026.
Segundo analistas ouvidos pela Reuters, os resultados reforçam que a China enfrenta “pressões de todos os lados”: demanda doméstica fraca, exportações atingidas pela guerra tarifária com os EUA e crise prolongada no setor imobiliário.
Economistas afirmam que, embora haja espaço para estímulos, o governo chinês deve guardar munição para 2026, já que a meta de crescimento de 5% para 2025 deve ser cumprida com relativa folga.
Outro fator que pode trazer volatilidade à bolsa é a temporada de balanços. “As ações estão tendo comportamentos bem distintos nessas últimas semanas”, afirma Crruz.
Ontem, os principais balanços foram Banco do Brasil (BBAS3), Grupo Casas Bahia (BHIA3) e Direcional (DIRR3).
O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,785 bilhões no terceiro trimestre de 2025, montante 60,2% menor que o registrado um ano antes, conforme balanço publicado nesta quarta-feira, 12.
O Grupo Casas Bahia registrou prejuízo líquido de R$ 496 milhões no terceiro trimestre de 2025, ampliando o saldo negativo de R$ 369 milhões de um ano antes.
A Direcional registrou lucro líquido de R$ 230 milhões no terceiro trimestre, crescimento de 43% em relação ao mesmo período do ano passado e acima dos R$ 212 milhões esperados pelo consenso LSEG do mercado.
Nos Estados Unidos, hoje pela manhã saiu o balanço do Nubank (Nyse: NU) Por mais um trimestre, o balanço do roxinho foi só elogios entre os analistas do sell side. O lucro do período entre julho e setembro deste ano foi de US$ 782,5 milhões, com alta de 41,4% ano a ano.
Ontem pela manhã, foi a vez de Disney (Nyse: DIS). O lucro líquido foi de US$ 1,44 bilhão (ou US$ 0,73 por ação), mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2024, quando foi de US$ 564 milhões (ou US$ 0,25 por ação).
Um dia antes, Hapvida (HAPV3) divulgou seus números, o que repercutiu negativamente no mercado na quinta-feira. A companhia despencou 42,1% e perdeu R$ 6,8 bilhões em valor de mercado em apenas um pregão.
A companhia informou após o fechamento que o conselho aprovou um novo programa de recompra de até 70 milhões de ações, válido por 18 meses.
A derrocada foi motivada principalmente pelo balanço do 3º trimestre. Embora o lucro ajustado tenha apresentado alta, os efeitos não recorrentes levaram a empresa a um prejuízo líquido de R$ 57 milhões.
O índice sul-coreano Kospi, de Seul, caiu 3,81, pressionado pelas fabricantes de chips Samsung Electronics (-5,45%) e SK Hynix (-8,50%).
O Nikkei, do Japão, recuou 1,77% em Tóquio. O Hang Seng cedeu 1,85% em Hong Kong, e o Taiex registrou baixa de 1,81% em Taiwan.
Na China continental, o Xangai Composto apresentou queda de 0,97%, e o menos abrangente Shenzhen Composto, de 1,36%.
Na Oceania, a bolsa australiana acompanhou o tom negativo de Wall Street e da Ásia, e o S&P/ASX 200 caiu 1,36% em Sydney.
Na Europa, por volta das 13h, o índice Stoxx 600 recua 1,16%, enquanto o Dax, da Alemanha, cai 0,77%, o FTSE, de Londres, registra queda de 1,23% e o CAC, de Paris, recua 0,93%.
Nos Estados Unidos, no mesmo horário, o índice Dow Jones caía 0,67%, enquanto o S&P 500 tem ganho de 0,01% e o Nasdaq registra alta de 0,31%.