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Ibovespa amplia queda de olho em petróleo e Oriente Médio; dólar cai 0,09%

Mercados reagem ao risco de escalada no Oriente Médio, à alta do petróleo e às projeções de juros mais altos no Brasil

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de junho de 2025 às 11h05.

Última atualização em 23 de junho de 2025 às 14h54.

O Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira, 23, refletindo o aumento das tensões no Oriente Médio e a leitura mais dura para a economia brasileira após a divulgação do Boletim Focus. Por volta das 14h30, o índice caía 0,87%, aos 135.926 pontos, acompanhando a cautela dos mercados globais.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,87%, a 135.926 pontos
  • Dólar hoje: R$ 5,518, queda de 0,07%

No radar hoje

Os investidores monitoram os desdobramentos dos ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã, que aumentaram os temores de uma escalada no conflito regional. O risco de que Teerã bloqueie o Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido no mundo, mantém os preços da commodity pressionados e os mercados em alerta.

Na tarde desta segunda-feira, 23, o Irã revidou e lançou diversos mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Oriente Médio. Ao todo, onze mísseis foram lançados em direção a Doha, capital do Catar. Um míssil foi lançado em direção ao Iraque, segundo a autoridade israelense.

Apesar do ataque, os preços do petróleo despencam mais de 4%. Segundo a CNBC, o mercado "ignora o risco ao fornecimento de petróleo bruto do Oriente Médio."

O fato do bombardeio ter sido previamente articulado com o Catar, ao que tudo indica, além de Teerã ter lançado exatamente 11 mísseis, o mesmo número usado pelos EUA em um ataque anterior a alvos iranianos, também podem ser um motivo para a queda do petróleo.

Além disso, não há registro de vítimas e muitos dos mísseis foram neutralizados pelos sistemas de defesa, o que colabora para os fundamentos de uma retaliação proporcional.

Às 14h52, o petróleo de referência WTI para agosto de 2025 caía 5,73% a US$ 69.64, enquanto o contrato futuro do tipo Brent para o mesmo mês recuava 5,52% a US% 72,76.

No cenário doméstico, o Boletim Focus trouxe revisões que reforçam o ambiente de juros elevados por mais tempo. A projeção para o IPCA de 2025 caiu pela quarta semana seguida, passando de 5,25% para 5,24%. Apesar disso, a expectativa segue acima do teto da meta de inflação. Ao mesmo tempo, o mercado elevou a projeção da Selic para 15% no fim de 2025, indicando que o ciclo de aperto monetário deve se prolongar.

O IPC-S, divulgado pela FGV nesta manhã, também reforçou o sinal de desaceleração da inflação de curto prazo. O índice subiu 0,19% na terceira quadrissemana de junho, após alta de 0,25% na leitura anterior. No acumulado em 12 meses, a inflação medida pelo IPC-S está em 4,26%, com destaque para a deflação do grupo alimentação, que passou de alta de 0,04% para queda de 0,19%.

No exterior, as bolsas europeias fecharam em queda, refletindo a aversão ao risco diante da crise geopolítica. O CAC 40, em Paris, liderava as perdas com recuo de 0,69%, seguido pelo DAX, em Frankfurt, que caiu 0,35%. O índice Stoxx 600 recuou 0,28% e o FTSE 100, em Londres, tinha queda mais moderada de 0,19%.

Mesmo em meio a guerra, nos Estados Unidos os índices operam em alta - mas investidores monitoram os desdobramentos do conflito no Oriente Médio. O S&P 500 sobe 0,67%, enquanto o Dow Jones avança 0,56% e o Nasdaq valoriza 0,91% por volta das 14h30.

O dólar também reflete o ambiente de cautela. Por volta do mesmo horário, a moeda americana subia 0,07%, negociada a R$ 5,518.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa. No Japão, o índice Nikkei recuou 0,13%, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, caiu 0,24%. Na China, o CSI 300 fechou em alta de 0,29%, e Hong Kong destoou com ganho de 0,67%, puxado por ações de tecnologia.

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