Redação Exame
Publicado em 24 de julho de 2025 às 16h00.
Última atualização em 24 de julho de 2025 às 17h23.
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, 24, com aumento de tensão da guerra tarifária. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 1,15%, aos 133.807 pontos.
Investidores repercutem uma bateria de balanços corporativos, os dados de emprego nos Estados Unidos e o discurso da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde. No radar local, avaliam a divulgação da arrecadação federal de junho.
Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street terminaram o dia com desempenhos mistos. O Nasdaq 100 subiu 0,18% e o S&P 500 valorizou 0,07%. Já o Dow Jones recuou 0,70%.
O Banco Central Europeu (BCE) manteve sua taxa básica de juros em 2% nesta quinta-feira, 24, interrompendo um ciclo de cortes iniciado há um ano.
A decisão foi acompanhada por um tom cauteloso da presidente Christine Lagarde, que apontou um ambiente global "excepcionalmente incerto", agravado pelas tensões comerciais com os Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump.
Lagarde afirmou que o BCE seguirá com uma abordagem “dependente de dados e decisão a cada reunião”, sem se comprometer com uma trajetória específica para os juros. Embora a economia europeia tenha mostrado resiliência, as empresas seguem relutantes em investir diante da perspectiva de novas tarifas e de um euro mais forte.
Segundo ela, a indefinição sobre o acordo comercial entre EUA e União Europeia gera impactos negativos sobre o investimento e a inflação, cujas projeções se tornaram mais incertas. “Quanto mais cedo essa incerteza comercial for resolvida, melhor para todos os agentes econômicos, inclusive o BCE”, disse.
Nos Estados Unidos, os pedidos semanais de seguro-desemprego caíram pela sexta vez consecutiva, para 217 mil, o menor patamar desde abril. Segundo o Departamento do Trabalho, o número de solicitações contínuas se manteve estável em 1,96 milhão, ainda elevado em relação ao padrão pré-pandemia.
Apesar do dado positivo, o volume persistente de pedidos recorrentes indica dificuldade de recolocação para quem perde o emprego. Analistas preveem que essa dinâmica pode pressionar a taxa de desemprego para 4,2% no relatório de julho, a ser divulgado na próxima semana.
No Brasil, a arrecadação federal de junho é o destaque na agenda doméstica, que veio em R$ 234,59 bilhões no mês passado. O valor representa alta de 6,62% na comparação com o mesmo período de 2024 -- é o melhor resultado para o mês da série histórica. Em 2025, o país já arrecadou R$ 1,425 trilhão, alta real de 4,38%, os melhores resultados em seis meses de série.
Nos Estados Unidos, os olhos seguem voltados para a campanha pública do presidente Donald Trump pela saída de Jerome Powell do comando do Federal Reserve.
No fim do dia, Trump fez uma visita simbólica ao Fed em meio à pressão que exerce para que o banco central inicie os cortes de juros o quanto antes.
Ontem à noite, em discurso, o republicano voltou a ameaçar parceiros comerciais: “os países com quem não estamos nos dando bem pagarão tarifas de 50%”.
Na temporada de balanços, os resultados das gigantes de tecnologia divulgados na última quarta-feira à noite dividiram o mercado.
A IBM afundou mais de 5% no after hours, apesar do lucro acima do esperado. A Tesla também recuou, pressionada pela queda na margem operacional no trimestre.
Só a Alphabet animou os investidores, com alta após divulgar avanço nas receitas de publicidade. Hoje é a vez da Intel divulgar seus números, após o fim do pregão.
No Brasil, a Multiplan é o principal destaque da temporada de balanços, também com divulgação marcada para o fim do dia.
Os mercados asiáticos encerraram o pregão desta quinta-feira, 24, em alta, impulsionados pelo otimismo com o acordo comercial entre Japão e Estados Unidos e novas medidas de estímulo na China.
No Japão, o Topix saltou 1,75% e atingiu um recorde, aos 2.977,55 pontos, enquanto o Nikkei 225 avançou 1,59%, a 41.826,34 pontos.
O CSI 300, da China continental, subiu 0,71% após o governo anunciar subsídios mensais para idosos, e o índice de Xangai ganhou 0,65%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 0,51%, mas o Kosdaq, na Coreia do Sul, recuou 0,45%.
Na Europa, os principais índices fecharam com ganhos, sustentados por expectativas de um acordo tarifário entre União Europeia e Estados Unidos. O FTSE 100, de Londres, subiu 0,83%; o DAX, da Alemanha, avançou 0,26%; e o Stoxx 600 ganhou 0,24%. Já o CAC 40, da França, recuou 0,41%.