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Ibovespa opera em queda de 0,68% após alta da véspera; dólar sobe a R$ 5,53

Investidores reagem a dados do setor externo, reunião sobre combustíveis e cautela nos mercados internacionais

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de junho de 2025 às 10h30.

Última atualização em 25 de junho de 2025 às 14h06.

O Ibovespa opera em queda nesta quarta-feira, 25, após a alta da véspera e o sentimento de cautela no cenário externo. Às 14h02, o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,68%, aos 136.225 pontos, pressionado pelo desempenho fraco dos mercados europeus e pela espera por dados econômicos relevantes nos Estados Unidos.

O dólar avança 0,52%, cotado a R$ 5,5340, acompanhando a movimentação global da moeda americana.

No ambiente doméstico, os investidores digerem os números do setor externo divulgados pelo Banco Central. Também está no radar o encontro do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que discute a elevação da mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,68%, aos 136.225 pontos
  • Dólar hoje: +0,52%, cotado a R$ 5,5340

No radar hoje

O Banco Central divulgou nesta manhã que o Brasil registrou déficit de US$ 2,93 bilhões nas transações correntes em maio, o maior para o mês desde 2022. O resultado representa um aumento de 16,3% na comparação anual, pressionado por um saldo menor na balança comercial, de US$ 6,62 bilhões, e pela persistência de déficits em serviços (US$ 4,71 bilhões) e na conta de renda primária (US$ 5,15 bilhões).

Apesar do rombo externo, o Investimento Direto no País (IDP) foi suficiente para cobrir o déficit, somando US$ 3,66 bilhões no mês e US$ 70,5 bilhões nos 12 meses encerrados em maio, o equivalente a 3,31% do PIB.

O BC também destacou o aumento nos gastos de brasileiros no exterior, que chegaram a US$ 1,76 bilhão em maio, contra US$ 1,64 bilhão no mesmo mês do ano anterior. A conta de viagens registrou déficit de US$ 1,2 bilhão.

No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, participam da reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), iniciada às 9h30, em Brasília. O encontro deve votar a elevação da mistura de etanol na gasolina de 27% para 30%, e do biodiesel no diesel de 14% para 15%.

Às 11h, os Estados Unidos publicam o dado de vendas de novas moradias em maio, e, às 11h30, serão divulgados os estoques semanais de petróleo pelo Departamento de Energia (DoE).

No mesmo horário, Jerome Powell volta ao Congresso americano para prestar depoimento, desta vez no Comitê Bancário do Senado. Na véspera, o presidente do Fed reforçou a cautela em relação ao início do ciclo de cortes de juros, o que consolidou as apostas de afrouxamento apenas a partir de setembro.

Os mercados seguem digerindo os desdobramentos do cenário geopolítico. A trégua entre Israel e Irã continua em vigor, mas há dúvidas sobre sua efetividade após relatos de que os ataques não teriam comprometido significativamente o programa nuclear iraniano. A tensão na região segue como pano de fundo para as decisões dos investidores.

No campo fiscal, o discurso do governo continua sendo de contenção de gastos. Em entrevista à Record, Haddad afirmou que está "congelado" o debate sobre novas despesas, salvo as consideradas imprescindíveis.

Mercados internacionais

Os mercados internacionais operam sem direção única nesta quarta-feira, 25. Na Ásia, as bolsas fecharam com desempenho misto. O Nikkei, no Japão, subiu 0,39%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, avançou 1,22%. Já o Kosdaq, na Coreia do Sul, caiu 0,34%. A expectativa de manutenção do cessar-fogo entre Irã e Israel ajudou a reduzir a aversão ao risco, mas ainda há dúvidas sobre a efetividade do acordo.

Na Europa, os principais índices ampliaram as perdas ao longo da manhã. Às 14h02, o DAX, da Alemanha, recuava 0,57%, o CAC 40, da França, caía 0,76%, e o Stoxx 600 cedia 0,74%. O FTSE 100, do Reino Unido, inverteu o sinal e registrava queda de 0,46%.

Nos Estados Unidos, os futuros indicam um início de pregão positivo para o setor de tecnologia. O Nasdaq 100 avançava 0,19%, o S&P 500 perdia 0,04% e o Dow Jones recuava 0,25%.

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