Ibovespa: mercado repercutiu IPCA de setembro (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 17h18.
Última atualização em 25 de setembro de 2025 às 17h30.
O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, 25, recuando 0,81%, aos 145.306 pontos, após renovar na véspera seu recorde histórico de fechamento. Nesta quinta-feira, a moeda americana fechou com alta de 0,69% cotada a R$ 5,364.
Investidores hoje repercutiram o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que teve alta anualizada de 3,8% no segundo trimestre de 2025, de acordo com a terceira e última estimativa do Departamento de Comércio do país.
O resultado, acima das projeções do mercado, acabou esfriando as expectativas de investidores em relação à trajetória de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).
O IPCA-15 de setembro acelerou 0,48%, após a queda de 0,14% em agosto, acumulando 3,76% no ano e 5,32% em 12 meses. O avanço foi puxado principalmente pela energia elétrica, que subiu mais de 12% no mês com o fim do desconto de Itaipu e a volta da bandeira vermelha patamar 2.
Em contrapartida, alimentação e bebidas recuaram 0,35%, atenuando parcialmente a pressão. Segundo o IBGE, todas as regiões pesquisadas registraram alta, com destaque para Recife, onde energia e combustíveis tiveram forte peso.
Apesar dos desafios fiscais e do início do ciclo eleitoral em outubro, o UBS segue otimista com a bolsa brasileira. O banco destaca a combinação de ROEs elevados, valuations atrativos e o suporte do afrouxamento monetário nos EUA e no Brasil. Até agora, os papéis brasileiros acumulam alta de cerca de 40% em dólares em 2025, impulsionados também pela valorização do real, que subiu mais de 26% no ano.
O UBS também projeta crescimento de lucros de médio a alto dígito para empresas brasileiras em 2026, sustentado por demanda interna resiliente, salários em alta real e margens apoiadas por um câmbio mais forte.
Para o banco, a combinação de baixa avaliação (MSCI Brasil a 8,8 vezes P/L) e rentabilidade elevada (ROE de 16,1%) abre espaço para expansão dos múltiplos à medida que o humor melhora.
No cenário político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre o breve encontro com Donald Trump na ONU e afirmou que houve “boa química” entre os dois líderes. Os presidentes devem se reunir formalmente nos próximos dias, em um movimento que pode aliviar tensões comerciais recentes.
As bolsas globais operam sem direção única nesta quinta-feira, 25. Na Ásia, o índice japonês Nikkei 225 avançou 0,28%, em sua sexta alta consecutiva. Na China, o CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen, subiu 0,6%, enquanto o Hang Seng caiu 0,13% em Hong Kong. Já o Taiex recuou 0,66% em Taiwan, pressionado pela queda da TSMC.
Na Europa, as bolsas fecharam em queda. O índice europeu Stoxx 600 recuou 0,71%, o francês CAC 40 caiu 0,41%, o alemão DAX perdeu 0,59% e o britânico FTSE 100 teve baixa de 0,40%. Entre os destaques, a H&M disparou quase 10% no pregão após divulgar balanço positivo do terceiro trimestre.
Em Nova York, os índices fecharam em baixa na quarta-feira, 24, refletindo vendas em ações de tecnologia ligadas à inteligência artificial. Nesta quinta-feira, os índices também recuaram: Nasdaq 100 (-0,50%), S&P 500 (-0,50%) e Dow Jones (-0,38%), enquanto investidores aguardam a divulgação dos pedidos semanais de seguro-desemprego e do índice PCE, indicador de inflação preferido do Fed, que será divulgado na sexta-feira, 26.