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Ibovespa fecha em alta de 1,45%, esbarrando nos 139 mil pontos

No mercado cambial, dólar fechou no menor nível desde setembro de 2024

Publicado em 30 de junho de 2025 às 10h19.

Última atualização em 30 de junho de 2025 às 17h40.

Após abrir em leve queda, o Ibovespa virou e firmou alta nesta segunda-feira, 30. O principal índice acionário da B3 fechou o dia com alta de 1,45% aos 138.854 pontos. No cenário doméstico, os investidores repercutiram os dados divulgados pelo Banco Central, que mostraram nova revisão para baixo nas expectativas de inflação, o que impulsionou fortemente a curva de juros futuro para baixo, beneficiando a bolsa - apesar do IPCA ainda estar acima da meta.

Na sexta-feira, 27, o índice fechou em queda de 0,18%, aos 136.865 pontos, com os investidores cautelosos diante da possibilidade de o governo judicializar a derrubada do IOF pelo Congresso.

No mercado cambial, o dólar devolveu os ganhos da manhã e passou a cair fortemente, fechando no menor nível desde setembro de 2024.

Focus e déficit primário

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 30, trouxe nova revisão para baixo na projeção de inflação em 2025, que passou de 5,24% para 5,20%, ainda acima do teto da meta. Foi a quinta queda consecutiva na estimativa. Já o PIB de 2026 teve leve alta, de 1,85% para 1,87%, e o câmbio projetado para 2025 recuou para R$ 5,70.

Já no campo fiscal, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 33,74 bilhões em maio, o menor para o mês desde 2021, segundo o Banco Central. O resultado foi influenciado pelo superavit de R$ 4,5 bilhões em estados e municípios. No acumulado de 12 meses, há superavit de R$ 24,1 bilhões, o equivalente a 0,20% do PIB.

A dívida bruta do governo geral subiu para R$ 9,3 trilhões em maio, ou 76,1% do PIB. A alta mensal foi puxada pelo impacto dos juros, que adicionaram 0,8 ponto percentual, enquanto o crescimento do PIB nominal contribuiu para reduzir 0,6 ponto. Já a dívida líquida subiu para 62% do PIB.

No radar hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, durante a manhã, do lançamento do Plano Safra para Agricultura Familiar 2025/2026, em evento no Palácio do Planalto. A medida inaugurou uma série de compromissos do Executivo ao longo da semana, que incluem o lançamento do Plano Safra geral na terça-feira, viagens a Salvador e Buenos Aires e uma visita à Reduc, no Rio, na sexta.

Pela manhã, a FGV divulgou o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br). O índice recuou 7,6 pontos em junho, para 105,2, menor nível desde outubro do ano passado (104,8 pts.). Na métrica de médias móveis trimestrais, o indicador recua 1,9 ponto, para 111,2 pontos.

Agenda americana

Nos Estados Unidos, a agenda da semana será marcada por dados do mercado de trabalho, com expectativa elevada para o relatório de empregos (payroll), que será divulgado na quinta-feira, 3.

Outro ponto de atenção é o início, hoje, dos debates no Senado americano sobre um pacote de corte de impostos e aumento de gastos proposto pelo presidente Donald Trump. O projeto enfrenta resistências no próprio Partido Republicano, mas o governo trabalha para aprovar a medida até o feriado de 4 de julho.

No domingo, 29, o governo do Canadá anunciou que revogará o imposto sobre serviços digitais, em uma tentativa de salvar as negociações comerciais com os EUA. Com a suspensão, o governo canadense pretende encaminhar uma nova legislação ao Parlamento e retomar as conversas com a Casa Branca em busca de um acordo comercial abrangente.

Mercados internacionais

As bolsas da Ásia encerraram a sessão desta segunda-feira, 30, sem direção única, em meio à divulgação de dados industriais e à expectativa por estímulos adicionais na China. O índice CSI 300, da China continental, avançou 0,37%, mesmo após o PMI industrial indicar contração pelo terceiro mês seguido. Já o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,87%.

No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,84% e renovou máxima em quase um ano, enquanto o Topix teve alta de 0,43%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,52%, e o Kosdaq ficou estável. O S&P/ASX 200, da Austrália, fechou em alta de 0,33%.

Na Europa, os mercados fecharam em baixa, pressionados por movimentos setoriais e pela divulgação da inflação na Alemanha. O DAX recuou 0,51% após o índice de preços ao consumidor (CPI) do país surpreender com desaceleração para 2% em junho, alinhando-se à meta do Banco Central Europeu. A expectativa do mercado era de 2,2%, segundo pesquisa da Reuters.

O CAC 40 caiu 0,33%, o FTSE 100 cedeu 0,43% e o Stoxx 600 recuou 0,42%.

Nos Estados Unidos, os índices seguiam no campo positivo, impulsionados pelo recuo nas tensões comerciais com o Canadá e declarações mais cautelosas do presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, sobre o cenário inflacionário. O Dow Jones subiu 0,63%, o S&P 500 avançou 0,52% e o Nasdaq 100 teve alta de 0,47%.

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