Invest

Ibovespa sobe pelo 5º pregão seguido com alta de 0,50%; dólar cai 1,50%

Principal índice da B3 avança com a notícia de que a terceira dose da Pfizer pode neutralizar a variante Ômicron; ações do Magazine Luiza recuam 10,63%

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 8 de dezembro de 2021 às 09h30.

Última atualização em 8 de dezembro de 2021 às 18h37.

Em um dia de pregão volátil, o Ibovespa fechou em alta de 0,50%, aos 108.095,53 pontos, nesta quarta-feira, 8. Em dia de decisão do Copom, que sai depois do encerramento do pregão, o principal índice da B3 avançou pelo quinto pregão consecutivo de ganhos com a diminuição das preocupações com a variante Ômicron do coronavírus. O dólar comercial teve forte queda pelo segundo pregão seguido, de 1,50%, e foi negociado a 5,53 reais no fechamento.

Novos dados das farmacêuticas Pfizer e BioNTech mostraram que três doses da vacina neutralizam a Ômicron. A notícia chegou a impulsionar os índices americanos pela manhã, mas, ao longo da tarde, o Dow Jones virou para queda e o S&P 500 voltou para perto da estabilidade em um movimento de correção após as fortes altas dos últimos pregões – no acumulado da semana, os dois índices avançam mais de 3%. No fim do dia, as altas foram de 0,10% e 0,31%.

O Nasdaq, que reúne as ações de empresas de tecnologia, avançou 0,64% no fechamento.

yt thumbnail

Destaques de ações

Na bolsa, o alívio com a Ômicron se refletiu nas ações das companhias aéreas e de empresas de turismo. CVC (CVCB3) teve alta de 9,60%, enquanto Gol (GOLL4) avançou 9,18%. Já a Azul (AZUL4) subiu 5,86%.

Já a ponta negativa foi liderada pelos papéis de varejo: as ações do Magazine Luiza (MGLU3) tiveram a maior queda do dia, com recuo de 10,63%. 

Pesou negativamente para o Magalu o resultado da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgado pelo IBGE às 9h. As vendas no varejo em todo o país surpreenderam com um recuo de 0,1% na comparação mês a mês, enquanto a expectativa era a de uma alta 0,6%. As vendas do varejo ampliado (com veículos, motos e autopeças, além de materiais de construção) seguiram a mesma dinâmica e caíram 0,9%, ante recuo esperado de 0,2%. 

Os papéis da Via (VIIA3) recuaram 0,52%, amenizando uma queda que chegou a 4,5% mais cedo. Já Lojas Americanas (LAME4) e Americanas (AMER3) subiram 3,87% e 2,65 após recuaram cerca de 4% nas mínimas do dia.

“O efeito atual se deve à mistura de inflação mais alta com retomada do consumo em serviços e coloca um viés de baixa para a atividade de outubro e do último trimestre do ano. Olhando para frente, a alta da Selic traz o risco de um efeito negativo ainda maior sobre a economia em 2022”, disse Felipe Sichel, estrategista-chefe do Modalmais.

A iminência de uma nova alta na taxa básica de juros também impactou os papéis de tecnologia. Os papéis de Getnet (GETT11) e Méliuz (CASH3) registraram queda de 2,33% e 1,46%, respectivamente. 

Nova alta da Selic

O Copom anuncia às 18h30 a sua decisão sobre a Selic. A expectativa consensual do mercado aponta para uma alta de 1,5 ponto percentual (p.p.), levando a taxa básica de juros de 7,75% para 9,25% ao ano.

Com a decisão provavelmente sem surpresas, a grande expectativa do mercado recai sobre os próximos passos do BC. Investidores devem ficar atentos ao comunicado divulgado junto com a decisão, que pode fornecer pistas de como o Copom pretende trazer as expectativas de inflação para a meta em 2022 sem deteriorar mais ainda a atividade econômica no próximo ano.

“O grande temor é a estagflação, um cenário em que a economia fica estagnada para conter a inflação. Combater a inflação pode ser deixar nossa atividade econômica completamente estrangulada com esse custo de capital mais caro”, avaliou Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital, no programa Abertura de Mercado desta quarta-feira.

Para boa parte do mercado, a aposta hoje aponta para uma Selic a 11,25% ao ano ao fim do ciclo de aperto monetário, provavelmente no começo do segundo trimestre de 2022.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresAçõesIbovespaSelicCopom

Mais de Invest

Brasil encomenda crise futura ao manter juros altos por tanto tempo, diz Rubens Menin

Como a Exxon planeja recuperar US$ 4,6 bilhões em ativos 'confiscados' pela Rússia

Wall Street renova recordes pelo segundo dia seguido com expectativa de mais cortes de juros nos EUA

Receita Federal abre quinto lote de restituição do IR; veja quem recebe